Onconews - Estudo de Fase III não mostra benefício de napabucasin no câncer colorretal metastático

colorretal NET OKResultados de sobrevida global de estudo de Fase 3 (CanStem303C) que avalia FOLFIRI ± napabucasin em pacientes com câncer colorretal metastático previamente tratados foram selecionados em apresentação oral no ESMO-GI.

CanStem303C é um estudo multicêntrico, aberto, randomizado, que envolve pacientes adultos com câncer colorretal metastático (mCRC) confirmado histologicamente que falharam ao tratamento de primeira linha com fluoropirimidina associada a oxaliplatina e bevacizumabe. Os pacientes foram randomizados 1: 1 para FOLFIRI + napabucasin 240 mg oral, duas vezes ao dia (napabucasin) vs FOLFIRI (controle). O tratamento com bevacizumabe foi liberado em qualquer um dos braços, a critério do investigador.

A randomização foi estratificada por região geográfica, tempo de progressão desde o início da terapia de primeira linha, status de mutação RAS, bevacizumabe como parte do protocolo de tratamento e localização do tumor primário. Endpoints primários foram a sobrevida global (SG) na população geral do estudo (GSP; todos os pacientes randomizados) e na população pSTAT3+ (biomarcador positivo [BM+]). Os principais endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP), taxa de controle da doença (DCR) e taxa de resposta objetiva (ORR) na população geral (grupo GSP) e na população com biomarcador positivo identificada por meio de imunohistoquímica de pSTAT3.

Para o GSP, o estudo foi projetado para ter 90% de poder para detectar uma redução de 20% no risco de morte (razão de risco [HR] para napabucasin vs controle = 0,80). Para a população BM +, o estudo foi projetado para ter 88% de potência para detectar uma redução de 30% no risco de morte (HR=0,70). A sobrevida global (SG) foi definida pelo método Kaplan Meier comparando os braços de tratamento.

Resultados

O GSP incluiu 1253 pacientes (n=624 napabucasin; 629 controle); a média de idade foi 60,1 (11,17) e 59,6 (11,14) anos, respectivamente; e 44% dos pacientes foram BM+ (n=275 napabucasin; n=272 controle). No GSP, a mediana de SG foi de 14,3 meses (napabucasin) vs 13,8 meses (controle) (HR = 0,976, p = 0,3629).

Na população BM +, a mediana de SG foi de 13,2 meses (napabucasin) vs 12,1 meses (controle), (HR = 0,969, p = 0,3782). A SLP, taxa de controle da doença e taxa de resposta objetiva foram semelhantes entre os braços de tratamento na população SGP e BM +.

Em relação ao perfil de segurança, eventos adversos de qualquer grau relacionados ao tratamento (TEAEs) foram relatados em 99,5% e 98,7% dos pacientes no GSP (napabucasin; controle), os mais frequentes (30% dos pacientes) diarreia (84,6%, 53,9%), náuseas (60,5%, 50,5%), vômitos (41,2%, 29,3%) e dor abdominal (41,0%, 25,2%). TEAEs de grau 3 foram relatados em 73,8% e 66,7% dos pacientes no GSP (napabucasin; controle), principalmente diarreia (21,2%, 7,0%), diminuição da contagem de neutrófilos (13,7%, 19,2%) e neutropenia (13,3%, 15,2%). O perfil de segurança na população BM + foi consistente com dados anteriores com a adição de napabucasin ao regime FOLFIRI com ou sem bevacizumabe.

Em conclusão, o novo agente experimental  não melhorou os desfechos avaliados (SG, SLP, DCR ou ORR) na população geral nem na população BM+. Os TEAEs foram consistentes com os dados publicados anteriormente.

Este estudo está registrado na plataforma Clinicaltrials.gov: NCT02753127.

Referência: FOLFIRI ± napabucasin in patients with previously treated metastatic colorectal cancer: Overall survival results from the phase 3 CanStem303C study