Rucaparib melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) comparado a docetaxel ou abiraterona/enzalutamida em pacientes com câncer de próstata metastático resistente a castração (mCRPC) com mutação BRCA1 / 2 ou ATM. Os dados são do ensaio TRITON 3, destacado em sessão oral no ASCO GU`23. O oncologista Eduardo Zucca (foto) comenta os resultados.
Neste estudo randomizado, multicêntrico, aberto, de fase 3 (NCT02975934) os pesquisadores avaliaram rucaparib versus tratamento de escolha do médico (docetaxel [DTX], abiraterona [ABI] ou enzalutamida [ENZ]) em pacientes com mCRPC com mutação BRCA1 /2 (BRCA) ou ATM virgens de quimioterapia.
Foram inscritos pacientes que tiveram progressão da doença após 1 terapia anterior com inibidores androgênicos de segunda geração em qualquer cenário, randomizados 2:1 para rucaparibe 600 mg BID ou terapia de escolha do médico (DTX, ABI ou ENZ). O principal endpoint foi rSLP testado primeiro no subgrupo BRCA, depois na população com intenção de tratar (ITT). A sobrevida global (SG) foi um endpoint secundário chave.
Resultados
Em 25 de agosto de 2022, 302 pacientes com BRCA e 103 pacientes com alterações de ATM foram randomizados. “Com uma maturidade de dados de 54% no subgrupo BRCA, foi observado uma redução do risco de progressão ou morte de 50% no grupo que usou rucaparib (dados na tabela abaixo – rSLP). Não foi observado redução do risco de progressão ou morte no subgrupo ATM”, observa Zucca, oncologista e Diretor de Ensino e Pesquisa do Instituto do Câncer Brasil - IC Brasil.
Em relação ao perfil de segurança, o evento adverso emergente do tratamento (TEAE) mais frequente nos grupos rucaparibe, DTX e ABI/ENZ foi astenia/fadiga (61,1%, 67,6% e 57,6%, respectivamente). O TEAE grau ≥3 mais frequente nos grupos rucaparibe, DTX e ABI/ENZ foi anemia (23,7%), neutropenia (14,1%) e hipertensão (10,2%), respectivamente.
“Os resultados demonstram que rucaparib melhorou significativamente a rSLP vs DTX ou ABI/ENZ, achado consistente com relatórios anteriores. Os resultados provisórios de SG sugerem tendência de melhora para rucaparib vs DTX ou ABI/ENZ em pacientes com mCRPC com mutação BRCA”, conclui Zucca.
BRCA subgroup | ||||
Rucaparib (n=201) | Physician’s choice (n=101) | DTX (n=60) | ABI/ENZ (n=41) | |
Median rPFS, mos (95% CI); P valuea vs rucaparib | 11.2 (9.2–13.8) | 6.4 (5.4–8.3); <0.0001 | 8.3 (6.1–9.9); 0.0009 | 4.5 (3.3–5.8); <0.0001 |
HR (95% CI) vs rucaparib | – | 0.50 (0.36–0.69) | 0.53 (0.37–0.77) | 0.38 (0.25–0.58) |
Median OS, mos (95% CI); P valuea vs rucaparib | 24.3 (19.9–25.7) | 20.8 (16.3–23.1); 0.2080 | 18.9 (15.0–23.1); 0.1640 | 22.1 (15.9–28.3); 0.4023 |
HR (95% CI) vs rucaparib | – | 0.81 (0.58–1.12) | 0.75 (0.51–1.11) | 0.81 (0.52–1.27) |
ITT population | ||||
Rucaparib (n=270) | Physician’s choice (n=135) | DTX (n=75) | ABI/ENZ (n=60) | |
Median rPFS, mos (95% CI); P valuea vs rucaparib | 10.2 (8.3–11.2) | 6.4 (5.6–8.2); 0.0003 | 8.3 (6.1–10.1); 0.0066 | 4.5 (3.7–5.8); <0.0001 |
HR (95% CI) vs rucaparib | – | 0.61 (0.47–0.80) | 0.64 (0.46–0.88) | 0.47 (0.34–0.66) |
Median OS, mos (95% CI); P valuea vs rucaparib | 23.6 (19.7–25.0) | 20.9 (17.5–24.4); 0.6702 | 19.1 (15.3–23.1); 0.2013 | 22.1 (17.2–29.0); 0.9045 |
HR (95% CI) vs rucaparib | – | 0.94 (0.72–1.23) | 0.80 (0.58–1.11) | 1.01 (0.70–1.46) |
aLog rank test.
HR, hazard ratio.
Referência: Rucaparib for metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC): TRITON3 interim overall survival and efficacy of rucaparib vs docetaxel or second-generation androgen pathway inhibitor therapy.
First Author: Alan Haruo Bryce
Meeting: 2023 ASCO GU Cancers Symposium
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Oral Abstract Session A: Prostate Cancer
Track: Prostate Cancer- Advanced,Prostate Cancer- Localized
Sub Track: Therapeutics
Clinical Trial Registration Number: NCT02975934
Citation: J Clin Oncol 41, 2023 (suppl 6; abstr 18)
DOI: 10.1200/JCO.2023.41.6_suppl.18
Abstract #: 18