As atividades pré-congresso do 41º Gastrão começam no dia 29 de julho com 8 horas de atualização científica. Especialistas do Brasil, Holanda, Japão e Alemanha se reúnem em um painel que traz a visão de oncologistas e cirurgiões sobre condutas nos tumores gastrointestinais. Na agenda, temas que fazem a diferença na prática diária.
“É um congresso absolutamente voltado para a prática, com casos clínicos e votação interativa”, explica o gastroenterologista Ivan Cecconello, diretor da Divisão do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do HCFMUSP, à frente da organização do 41º Gastrão e do V Simpósio Internacional de Oncologia Clínica e Cirúrgica do Aparelho Digestivo, que apoia a iniciativa. “É a oportunidade de debater condutas diagnósticas, terapêuticas ou cirúrgicas em um formato reconhecido como a grande ferramenta de atualização médica hoje”, acrescenta o especialista.
As estimativas do INCA mostram que o câncer colorretal, por exemplo, já é o segundo mais frequente na região Sudeste (22,67/100 mil) e o terceiro no Sul (20,43/100 mil) e Centro-Oeste (12,22/100 mil), prova de que a atualização médica nos tumores que afetam o trato gastrointestinal é sempre muito bem vinda.
As atividades pré-congresso dão o tom da programação científica deste ano e mostram que a integração entre oncologistas e médicos de outras especialidades envolvidos no tratamento do câncer sem dúvida favorece o paciente.
Cirurgia robótica
Precursor da cirurgia por videolaparoscopia em câncer colorretal, o francês Joel Leroy mostra a experiência francesa em ressecção do mesorreto por videolaparoscopia na plenária do 41º Gastrão, que acontece dia 30 de julho no Centro de Convenções Rebouças. A cirurgia robótica é um tema bastante presente e atual, assim como o transplante de fígado e o transplante multivisceral em paciente oncológico, também entre os destaques da programação científica.
O 41º Gastrão abre espaço para a discussão de casos com grande incidência no panorama epidemiológico e também contempla os agravos menos presentes nos dados da saúde pública. É o caso dos tumores neuroendócrinos e de sarcomas como o GIST, o tumor estromal gastrointestinal.
“São casos que começam a aparecer com mais frequência na prática clínica e os conceitos de classificação de risco estão mudando. Hoje, não basta só olhar o tamanho do tumor, mas os marcadores moleculares também têm seu papel”, lembra Cecconello.
Vigilância
A vigilância ativa, que já conquistou espaço em patologias como o câncer de próstata, por exemplo, agora merece também atenção dos gastroenterologistas e outros profissionais envolvidos no diagnóstico e tratamento das doenças que acometem o trato gastrointestinal.
“Hoje se faz muita ressonância, muita tomografia e achados no pâncreas são comuns. Qual a conduta, por exemplo, em um paciente assintomático com cisto no pâncreas?”, questiona o especialista. É nesse contexto que a vigilância ativa, também conhecida como active surveillance, precisa ser melhor compreendida. “É preciso saber classificar os riscos, saber como diferenciar, saber o tempo de seguimento, e é um tema que ainda desperta muitas dúvidas”, diz.
A programação científica completa está disponível na página do Gastrão.