A histerectomia é comum nos Estados Unidos e impacta as taxas de incidência de câncer cervical invasivo (CCI), mas uma recente revisão dos dados de vigilância mostra que em contraste com o relativo declínio nas taxas de CCI ajustadas por idade, a histerectomia continua a subir depois dos 39 anos, com pico entre 65 e 69 anos.
Os resultados da revisão dos dados de vigilância de 2000 a 2009 mostram que as taxas do câncer cervical invasivo não diminuem nas mulheres com mais de 65 anos, idade em que se recomenda a cessação do rastreamento para câncer de colo do útero. Ao contrário, a maior incidência foi encontrada na faixa de 65 a 69 anos de idade, com uma taxa de 27,4 casos por 100.000 mulheres, em oposição a maior taxa não corrigida de 15,6 casos por 100.000 com idade entre 40 a 44 anos.
A análise revelou ainda disparidades na incidência de câncer cervical invasivo entre as mulheres brancas e negras, com incidência maior no segundo grupo. Entre as negras o estudo revelou uma taxa sem correção de 74,67 casos por 100.000 habitantes na faixa etária de 20 a 39 anos , diminuindo para 6,99 para as mulheres na faixa etária de 40 a ≥ 85 anos. As taxas de histerectomia ajustadas por idade foram de 128,59 casos por 100.000 mulheres negras entre 20 e 34 anos, e de 27,35 casos por 100.000 entre as mulheres de 35 a 64 anos.
O estudo foi liderado por Anne F. Rositch, professora de epidemiologia e saúde pública da Universidade de Maryland, e os resultados sugerem a necessidade de repensar as atuais recomendações para câncer cervical."É muito importante entender que nos Estados Unidos o risco de câncer cervical invasivo em mulheres mais velhas é maior do que se pensava. Ao olhar para os padrões após a correção, pela idade e raça, identificamos mais claramente as mulheres em maior risco e constatamos que as taxas de câncer do colo do útero são subestimadas, o que é uma triste verdade , disse Debbie Saslow, da American Cancer Society,instituição que financiou esta investigação.