As pesquisadoras brasileiras Leticia Ferro Leal (na foto, à esquerda) e Marcela Teatin Latancia foram premiadas pela American Association for Cancer Research (AACR) com o Global Scholar-in-Training Awards (GSITA), oferecido a especialistas em início de carreira com trabalhos selecionados para o encontro anual da AACR, que acontece entre os dias 10 e 15 de abril e 17 e 21 de maio.
Letícia Leal, do Centro de Pesquisas em Oncologia Molecular do Hospital de Câncer de Barreto, foi escolhida pelo trabalho que avalia a reprodutibilidade de um painel de 12 genes e o desenvolvimento de uma calculadora baseada em nomogramas para o gerenciamento clínico de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas ressecados cirurgicamente (Abstract 4075).1
"Sinto-me honrada em estar entre os jovens cientistas premiados do GSITA da AACR. É um grande reconhecimento, tanto para mim, como para o nosso Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar (GTOP) do Hospital de Amor de Barretos. Esse prêmio reforça que, mesmo diante de tantas dificuldades enfrentadas para se fazer ciência em países em que o fomento não é abundante, ainda podemos desenvolver trabalhos de alto nível”, destaca Letícia. “O GSITA ainda conta com encontros extras ao AACR meeting 2021 para viabilizar o networking na área e auxiliar na consolidação da carreira destes cientistas”, esclarece.
A pesquisadora Marcela Teatin Latancia, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, foi premiada pela investigação sobre o papel das polimerases da síntese de translesão na resistência à temozolamida em células de glioma (Abstract 2243).2 “Fiquei super honrada, pois consegui o prêmio com o meu trabalho de doutorado, ainda não finalizado. A premiação representa a valorização do nosso trabalho de pesquisa, reconhecido de forma tão importante”, afirma Marcela.
“No Brasil, realizamos pesquisas importantíssimas e que são bastante competitivas com o que é realizado em outros países. Porém, infelizmente, mesmo com todo esse contexto de pandemia, o método científico ainda é pouco valorizado. Isso mostra que somos capazes de fazer pesquisa mesmo em meio à tanta dificuldade como cortes de verbas, burocracias, impostos altos, entre outros”, acrescenta.
Este ano, os premiados representam nove países - Argentina, Brasil, China, Egito, Índia, Malásia, México, Nigéria e África do Sul.
O prêmio tem como objetivo aprimorar a educação, o treinamento e a rede profissional de cientistas desses países envolvidos na pesquisa básica, clínica, translacional ou epidemiológica do câncer.
Referências:
1 - Abstract 4075: Reproducibility of a 12-gene panel and development of user-friendly nomogram-based calculator for clinical management of surgically resected non-small cell lung cancer patients
2 - Abstract 2243: Role of error-prone polymerases on glioma cell resistance to Temozolomide