Os médicos nucleares brasileiros Juliano Cerci e Claudio Meneghetti foram premiados pelo The Journal of Nuclear Medicine (JNM), Publicação oficial da Sociedade de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI), e periódico de maior impacto da especialidade do mundo. A premiação ocorreu durante a Reunião Anual SNMMI 2015, principal encontro da especialidade, realizado em Baltimore, nos dias 6 a 10 de junho.
O estudo (Prospective International Cohort Study Demonstrates Inability of Interim PET to Predict Treatment Failure in Diffuse Large B-Cell Lymphoma) buscou definir melhor a aplicabilidade do PET para a estratificação de risco de linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células B.
O artigo teve como autor principal Robert Carr, do Departamento de Hematologia do Guy's and St. Thomas' Hospital, do King's College. Participaram mais de 10 centros de referência em oncologia no Brasil, Chile, Hungria, Índia, Itália, Filipinas, Coréia do Sul e Tailândia. Ao todo foram avaliados 327 pacientes. Meneghetti representou o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cerci representou a Quanta -Diagnóstico e Terapia, instituição na qual é diretor do serviço de PET-CT.
As instituições seguiram um protocolo que teve como base terapêutica administração de quimioterapia, com a realização de I-PET após 2-3 ciclos de quimioterapia, e também avaliação com PET ao final do tratamento.
O estudo mostrou que a resposta ao tratamento avaliada por I-PET é comparável entre sistemas de saúde diferentes e que resultados negativos do I-PET, quando em conjunto com um bom estado clínico, identificam um grupo de pacientes com excelente resposta, com percentual de 98% de sobrevida livre da doença. Além disso, o trabalho verificou que uma única varredura com o I-PET positivo não diferencia linfoma resistente à quimioterapia de resposta completa e não deve ser usado para orientar a terapia adaptada ao risco.