A campanha “Quem procura, cura” para rastreamento de casos de câncer colorretal (CCR), alia objetivos assistenciais e de pesquisa, ao promover o atendimento gratuito a mais de 2,1 mil homens e mulheres com idades entre 50 e 70 anos do município de Belterra (PA).
O projeto é realizado pelo Hospital Sírio-Libanês, responsável pelo apoio científico ao projeto, em conjunto com as empresas Boston Scientific e Gastrocom, que fornecerão os equipamentos e acessórios necessários para a realização dos exames, e a Diagnósticos da América (DASA), que fornecerá insumos e medicações.
Desenvolvido em sistema de mutirões, o projeto terá dois anos de duração e realizará exames parasitológicos, de sangue oculto nas fezes, endoscopia digestiva alta, colonoscopia, biópsia e polipectomias e análises anátomo-patológicas. Além do atendimento à população, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento de equipes regionais que possam se especializar e continuar com o atendimento posteriormente.
“Queremos fazer uma conscientização sobre a importância da realização de exames preventivos e de acompanhamento regular, para diminuir o preconceito que parte da população tem com relação a esses exames”, afirma Marcelo Averbach, coloproctologista do Hospital Sírio-Libanês e um dos integrantes da equipe medica à frente do projeto. A iniciativa envolve 54 agentes comunitários de saúde e oito enfermeiros, que terão o apoio da tecnologia e de um corpo clínico de alta especialidade.
Novo protocolo para diagnóstico
No campo científico, o projeto busca desenvolver um modelo para o rastreamento de câncer colorretal em populações de pequeno e médio porte. Atualmente, o protocolo determina a realização de exames de sangue oculto nas fezes e a análise do histórico familiar como etapas iniciais para o diagnóstico.
Com o trabalho realizado em Belterra será feita uma análise de custo-efetividade para o rastreamento primário da doença por meio de colonoscopia, considerada mais eficaz. “Quando a detecção deste tipo de câncer é feita na fase inicial da doença, as chances de sobrevida, superior a cinco anos, é de mais de 80%. Daí a importância de buscarmos formas para diagnosticar os casos o mais cedo possível e comparar esta análise com a prática atual”, esclarece Ângelo Ferrari, gastroenterologista e endoscopista da Unifesp.