A pesquisadora brasileira Luisa Lina Villa (foto) recebeu dia 28 de novembro o reconhecimento da TWAS (The World Academy of Sciences), a Academia Mundial de Ciências, instituição global baseada em Trieste, Itália, que trabalha para fortalecer a ciência nos países em desenvolvimento, valorizando iniciativas no campo da pesquisa, educação e políticas públicas.
Luisa é chefe do laboratório de Biologia Molecular do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do ICESP e é globalmente reconhecida por seus estudos com papilomavírus humano (HPV), com papel fundamental na pesquisa e desenvolvimento das vacinas contra HPV. Primeira autora do artigo publicado no Lancet em abril de 2005, que embasou o registro da vacina nos cinco continentes, Luisa fala com propriedade do impacto profilático da vacinação. "Quem aplicou adequadamente essa intervenção está tendo resultados muito significativos na redução da infecção e das doenças causadas por HPV. O impacto é dramático: quase erradicação de verrugas genitais nos países que introduziram a vacina com altas coberturas há mais de cinco anos, além da redução de mais de 60% das lesões precursoras de câncer entre as jovens”, declarou.
A cientista brasileira foi pesquisadora da filial de São Paulo do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, instituição que dirigiu de 2006 a 2010, e coordenou o Instituto do HPV (INCT-HPV), programa conduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em parceria com a FAPESP, com o objetivo de contribuir para o conhecimento das infecções e doenças causadas pelo HPV.
Instituída oficialmente em 1985, a TWAS conta hoje com 1.222 membros eleitos em mais de 90 países; 14 deles laureados com o Prêmio Nobel. A premiação concedida a Luisa Lina Villa marca o reconhecimento ao trabalho desta pesquisadora e ao enorme impacto de suas pesquisas para a saúde global.