Onconews - Anvisa aprova cabozantinibe no câncer renal avançado ou metastático

FABIO SCHUTZ LACOG GU NET OKA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do inibidor de MET, AXL e VEGFR levomalato de cabozantinibe (Cabometyx®) para tratamento de adultos com carcinoma de células renais (ou câncer de rim) avançado ou metastático em primeira e segunda linha. Publicada no Diário Oficial da União (DOU) dia 15 de outubro, a decisão foi baseada nos estudos clínicos CABOSUN (primeira linha) e METEOR (segunda linha). Fábio Schutz (foto), oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta a aprovação.

 

O estudo CABOSUN demonstrou que o cabozantinibe prolonga significativamente a sobrevida livre de progressão em comparação com o sunitinibe, promovendo uma redução de aproximadamente 52% no risco de progressão da doença ou morte.

No estudo randomizado de fase III METEOR, cabozantinibe foi comparado com everolimo em pacientes que falharam a uma ou mais linhas de tratamento. O uso de cabozantinibe resultou em 7,4 meses de mediana de sobrevida livre de progressão versus 3,8 meses com everolimo, numa taxa de progressão 42% menor com cabozantinibe (HR de 0,58) e com uma taxa de resposta objetiva de 21% (versus 5%).

"Devido à ação simultânea em três vias celulares importantes para o desenvolvimento do câncer renal, o cabozantinibe consegue boa resposta terapêutica, mesmo em pacientes com doença mais avançada e pior prognóstico", afirmou André Nebel, Gerente Médico de Oncologia da Ipsen, responsável pela comercialização do medicamento no país.

"O cabozantinibe é um novo inibidor de tirosina quinase capaz de inibir os receptores celulares tumorais transmembrana VEGFR, MET e AXL, e o primeiro inibidor de MET e AXL aprovado para câncer de rim avançado. Sabe-se que a expressão de MET é um dos principais mecanismos de escape/resistência do câncer de rim. Os estudos fase 3 em segunda linha (METEOR) e fase 2 em primeira linha (CABOSUN) comprovam a melhor eficácia desta droga quando comparada com everolimo e sunitinibe, respectivamente", explica Schutz. "Quem ganha são os pacientes que passam a contar com mais uma opção no arsenal contra o câncer de rim avançado", conclui o especialista.

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