A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou terapia-alvo anti-FGFR erdafitinibe (Janssen) para o tratamento de pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático.1 O medicamento é indicado para pacientes que não responderam ou tiveram recaída após tratamento prévio com quimioterapia e apresentam alteração no gene do FGFR (Fibroblast Growth Factor Receptor). O Brasil é o segundo país a receber a aprovação.
"Até o momento, não havia nenhuma terapia eficaz no país para tratar especificamente essa população de pacientes com carcinoma urotelial e que possuem alteração do FGFR, o que representa uma importante necessidade médica não atendida", explica Jairo Simões, líder da área Médica para Oncologia e Hematologia na Janssen Brasil.
A aprovação foi baseada em um estudo clínico de fase II2 que avaliou a eficácia do medicamento em 99 pacientes com carcinoma urotelial avançado que progrediram durante ou após, pelo menos, uma quimioterapia prévia, e apresentaram ao menos uma mutação de FGFR. Os resultados demonstraram uma taxa de resposta objetiva de 40,4% e taxa de controle de doença de 79,8%, incluindo pacientes que não haviam respondido anteriormente à imunoterapia. Os resultados também mostraram uma duração mediana de resposta de 5,6 meses3.
O câncer de bexiga representa mais de 90% de todos os tumores uroteliais4 e é considerado o nono tipo de câncer mais comum no mundo, com aproximadamente 550 mil novos casos ao ano5. No Brasil, é classificado como um dos tumores mais comuns do sistema urinário, ocupando sexta posição dos tumores mais incidentes em homens6. Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 9.480 novos casos para cada ano do biênio 2018-20197.
O câncer urotelial é mais prevalente em homens em torno dos 65 anos e possui como principal fator de risco o tabagismo, que aumenta em até três vezes a chance de desenvolver a doença, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA)8. Embora o câncer de bexiga seja extremamente curável, sua detecção precoce pode ser difícil, uma vez que, em fases iniciais, pode evoluir sem apresentar sintomas. Entre os sinais mais comuns estão: sangramento na urina - presente em 90% dos casos9 -, dor ao urinar e dor pélvica10.
Referências
1 - Diário Oficial da União. Publicado em:30/09/2019.
2 - BLC2001, NCT02365597.
3 - Melhores do ASCO - American Society of Clinical Oncology. Acessado em 27/09/2019. Disponível em: http://meetinglibrary.asco.org/record/160559/abstract
4 - American Cancer Society. "What is Bladder Cancer.". Acessado em 21/06/2019. Disponível em: http://www.cancer.org/cancer/bladder-cancer/about/what-is-bladder-cancer.html
5 - World Cancer Research Fund International. Acessado em: 20/09/2019. Disponível em http://www.wcrf.org/int/cancer-facts-figures/data-specific-cancers/bladder-cancer-statistics
6 - Instituto Nacional do Câncer. Acessado em 20/09/2019. Disponível em: http://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-bexiga
7 - INCA: http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/casos-taxas-brasil.asp
8 - Instituto Nacional de Câncer (INCA). "Cigarro é responsável por 65% dos casos de câncer de bexiga em homens". Acessado em 20/09/2019. Disponível em: http://www.icesp.org.br/sala-de-imprensa/noticias/291-cigarro-e-responsavel-por-65-dos-casos-de-cancer-de-bexiga-em-homens
9 - Portal da Urologia. Sociedade Brasileira de Urologia. Acessado em: 20/09/2019. Disponível em http://portaldaurologia.org.br/doencas/cancer-de-bexiga/
10 - Clínica Mayo. Síntomas y causas. Revisado en mayo 2019. http://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/bladder-cancer/symptoms-causes/syc-20356104