Onconews - ANVISA aprova pembrolizumabe no tratamento de melanoma

BALANCO_MELANOMA_bx.jpgA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no Brasil o registro do anti PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®, da MSD) para qualquer fase do tratamento do melanoma avançado. O registro foi publicado no Diário Oficial da União (DOU nº 190) dia 3 de outubro e tem como base os resultados do estudo de fase III KEYNOTE-0061, além das análises de dois estudos iniciais (KEYNOTE-0012 e KEYNOTE-0023).

“O advento dos anti-PD1s no tratamento do melanoma representa um grande passo para nossos pacientes. O futuro provavelmente é a combinação de inibidores de checkpoint”, afirma o oncologista Antonio Carlos Buzaid, chefe-geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (COAEM) e membro do comitê gestor do Centro de Oncologia e Hematologia Dayan-Daycoval, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os resultados do KEYNOTE-006 demonstraram a superioridade de pembrolizumabe na comparação com o anti CTLA-4 ipilimumabe em pacientes com melanoma avançado. O estudo randomizou 834 pacientes em três braços de tratamento (1:1:1) para receber pembrolizumabe na dose de 10 mg/kg (a cada 2 semanas ou a cada 3 semanas) versus quatro ciclos de ipilimumabe (3 mg/kg) a cada 3 semanas.

Entre os pacientes inscritos, 65,8% não tinham recebido tratamento sistêmico prévio, 68,7% tinham status performance ECOG 0 e 65,3% tinham doença estádio M1c; mutações BRAF V600 foram observados em 36,2% dos pacientes, dos quais aproximadamente 50% haviam recebido tratamento anterior com inibidor BRAF; 80,5% dos pacientes avaliados tinham expressão positiva de PD-L1.
 
De acordo com os dados do KEYNOTE-006, a imunoterapia anti PD-1 foi capaz de prolongar tanto a sobrevida global quanto a sobrevida livre de progressão em pacientes com melanoma avançado, com benefícios em todos os subgrupos e para os dois regimes avaliados.
 
Após um seguimento com duração média de 22,9 meses, a mediana de sobrevida global não foi atingida no braço tratado com pembro versus 16,0 meses no braço tratado com ipilimumabe. A sobrevida global aos dois anos foi de 55% versus 43%, respectivamente. A sobrevida livre de progressão também favoreceu o braço tratado com pembrolizumabe, com ganho de aproximadamente 30% vs 14% para ipilimumabe. O perfil de segurança foi consistente com o previamente relatado.

Depois da aprovação da Anvisa, pembrolizumabe segue agora para a análise da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), para a definição do preço no Brasil.
 
Referências:

1 - SCHACHTER, J., et al. Pembrolizumab versus ipilimumab for advanced melanoma: final overall survival analysis of KEYNOTE-006. J Clin Oncol, 2016, 34: 9504
 
2 - ROBERT, C., et al. Three-year overall survival for patients with advanced melanoma treated with pembrolizumab in KEYNOTE-001. J Clin Oncol, 2016, 34.
 
3 - RIBAS, Antoni, et al. Pembrolizumab versus investigator-choice chemotherapy for ipilimumab-refractory melanoma (KEYNOTE-002): a randomised, controlled, phase 2 trial. The Lancet Oncology, 2015, 16.8: 908-918.