A ASCO destacou os avanços da pesquisa em câncer. O relatório publicado no JCO dia 1º de fevereiro aponta os estudos com maior impacto na prática clínica ao longo de 2016 e os novos caminhos da pesquisa em câncer. Considerada novamente o grande avanço do ano, a imuno-oncologia se mantém em alta com os modernos inibidores de checkpoint imunológico de segunda geração, que em 2016 conquistaram a aprovação do FDA para o tratamento do câncer de pulmão, de cabeça e pescoço, bexiga, rim e linfoma de Hodgkin (LH).
Agora, novas pesquisas avançam na intenção de identificar os pacientes que são mais propensos a se beneficiar das novas armas terapêuticas.
Outro destaque do relatório da ASCO é o agente palbociclib, um inibidor de múltiplas ciclinas que é capaz de atuar no mecanismo de resistência endócrina do câncer de mama. A adição de palbociclib à terapia hormonal quase dobrou o tempo médio sem progressão para 9,5 meses, em comparação com 4,6 meses com fulvestranto mais placebo. No estudo PALOMA2, palbociclib também foi avaliado como tratamento inicial para câncer de mama avançado em combinação com terapia hormonal em mulheres pós-menopáusicas e prolongou a SLP de 14 para 25 meses.
O relatório publicado no JCO também analisou a evolução no tratamento de mieloma múltiplo e destacou a chegada do anticorpo daratumumabe como um novo padrão de tratamento em combinação com bortezomibe e dexametasona.A adição de daratumumabe diminuiu em 70% o risco de progressão da doença. Além disso, as taxas de resposta parcial foram de 59% vs 29% favorecendo daratumumabe, assim como as taxas de resposta completa, que saltaram de 9% para 19%.
Progressos importantes no tratamento do glioma cerebral também estão no relatório da ASCO, assim como avanços na compreensão da biologia do câncer de ovário, com a identificação de dois novos genes que ampliam o risco de desenvolver a doença (RAD51C e RAD51D).
Referência: Clinical Cancer Advances 2017: Annual Report on Progress Against Cancer From the American Society of Clinical Oncology - Harold J. Burstein*, Lada Krilov et al
DOI: 10.1200/JCO.2016.71.5292 Journal of Clinical Oncology - published online before print February 1, 2017