O nariz eletrônico, também chamado de e-nose, usa sensores e inteligência artificial para detectar câncer no ar exalado e demonstrou excelente sensibilidade e especificidade no cenário de rastreamento do câncer de pulmão. Estudo de fase IIc publicado no Journal of Thoracic Oncology demonstrou que a tecnologia E-nose também apresentou boa concordância com a histopatologia em tumores em estágio clínico I e pode ser uma ferramenta de bioengenharia útil no diagnóstico do câncer de pulmão inicial.
Neste estudo de Fase IIc (NCT04734145), pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center incluíram pacientes com diagnóstico de um único nódulo sólido ≥50% em estágio I. Os exalados foram coletados prospectivamente de janeiro de 2020 a agosto de 2023. Bioengenheiros analisaram os exalados, usando a tecnologia E-nose para determinar a probabilidade de malignidade. Os pacientes foram estratificados em 3 grupos de risco (baixo risco, <0,2; risco moderado, ≥0,2 a 0,7; alto risco, ≥0,7). O desfecho primário foi o desempenho diagnóstico do E-nose versus histopatologia (precisão e pontuação F1). O desfecho secundário foi o desempenho clínico do E-nose versus modelos de predição clínico-radiológico.
Com base no ponto de corte predefinido (<0,20), Gaetano Rocco e colegas descrevem que o E-nose mostrou concordância com os resultados histopatológicos em 86% dos casos, alcançando uma pontuação F1 de 92,5%, com base em 86 verdadeiros positivos, 2 falsos negativos e 12 falsos positivos (n= 100). Em comparação com os modelos de Swensen e Brock, o E-nose encaminharia menos pacientes com nódulos malignos para observação (baixo risco: 2 vs. 9 e 11; respectivamente; p=0,028 e p=0,011) e mais pacientes com nódulos malignos para tratamento sem biópsia (alto risco: 27 vs. 19 e 6; respectivamente; p=0,057 e p<0,001).
No cenário do câncer de pulmão em estágio clínico I, o e-nose mostrou boa concordância com a histopatologia. Consequentemente, os autores destacam que a tecnologia E-nose pode ser usada além da imagem ou como parte de uma plataforma “multiômica”.
Referência:
Rocco G, Pennazza G, Tan KS, Vanstraelen S, Santonico M, Corba RJ, Park BJ, Sihag S, Bott MJ, Crucitti P, Isbell JM, Ginsberg MS, Weiss H, Incalzi RA, Finamore P, Longo F, Zompanti A, Grasso S, Solomon SB, Vincent A, McKnight A, Cirelli M, Voli C, Kelly S, Merone M, Molena D, Gray K, Huang J, Rusch VW, Bains MS, Downey RJ, Adusumilli PS, Jones DR. A real-world assessment of stage I lung cancer through electronic nose technology. J Thorac Oncol. 2024 May 16:S1556-0864(24)00211-9. doi: 10.1016/j.jtho.2024.05.006. Epub ahead of print. PMID: 38762120.