Com base em dados de que a angiogênese desempenha papel no crescimento e progressão do carcinoma urotelial, ensaio randomizado controlado por placebo conduzido por pesquisadores da Alliance avaliou se os pacientes tratados com gencitabina (GC) e bevacizumabe (GCB) têm sobrevida global (SG) superior na comparação com àqueles tratados com GC e placebo (GCP). Os resultados foram publicados por Rosenberg et al. no Journal of Clinical Oncology e mostram que a adição de bevacizumabe a GC não resultou em benefício de sobrevida global nessa população de pacientes.
Este estudo considerou 506 pacientes com carcinoma urotelial metastático sem quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante em 12 meses, inscritos entre julho de 2009 e dezembro de 2014 e randomizados para receber GCB ou GCP. O endpoint primário foi SG; endpoints secundários foram sobrevida livre de progressão, resposta objetiva e toxicidade.
Rosenberg et al. descrevem que em um acompanhamento médio de 76,3 meses, a SG média foi de 14,5 meses para pacientes tratados com GCB e de 14,3 meses para aqueles que receberam GCP (razão de risco para morte = 0,87; IC de 95%, 0,72 a 1,05; P = 0,14). A sobrevida livre de progressão mediana foi de 8,0 meses para GCB e de 6,7 meses para GCP (razão de risco = 0,77; IC de 95%, 0,63 a 0,95; P = 0,016).
Em relação ao perfil de segurança, os autores destacam que a proporção de pacientes com eventos adversos de grau 3 ou superior não diferiu significativamente entre os dois braços, embora o aumento da toxicidade relacionada a bevacizumabe, como hipertensão e proteinúria, tenha ocorrido no braço tratado com o antiangiogênico.
Em conclusão, a adição de bevacizumabe a GC não trouxe ganho de sobrevida global em pacientes com câncer urotelial; a mediana de SG observada, de cerca de 14 meses, é consistente com os estudos anteriores de fase III de quimioterapia à base de cisplatina.
Referência: DOI: 10.1200/JCO.21.00286 Journal of Clinical Oncology
Published online May 14, 2021