A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu a designação de Breakthrough Therapy para o inibidor de múltiplos receptores de tirosina quinase lenvatinib (Lenvima®, Eisai) em combinação com a terapia anti-PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®, MSD) para o tratamento de pacientes com carcinoma de células renais avançado e/ou metastático.
A designação Breakthrough Therapy Designation é um programa do FDA destinado a acelerar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos para condições graves ou que ameaçam a vida. Para se qualificar para essa designação, evidências clínicas preliminares devem demonstrar que o medicamento pode fornecer melhorias substanciais em relação à terapia atualmente disponível em pelo menos um endpoint clinicamente significativo.
A designação foi baseada nos resultados da coorte CCR do Study 111, um estudo clínico multicêntrico, aberto, fase 1b/2, realizado nos Estados Unidos e na União Europeia para avaliar a eficácia e segurança do lenvatinib em combinação com o pembrolizumabe em indivíduos com tumores sólidos selecionados. O objetivo principal da fase 1b foi determinar a dose máxima tolerada.
Pacientes com tumores sólidos irressecáveis (carcinoma de células renais, câncer de endométrio, câncer de pulmão não pequenas células, câncer urotelial, câncer de de células escamosas de cabeça e pescoço e melanoma) que haviam progredido após o tratamento com terapias aprovadas ou para os quais não existem tratamentos efetivos disponíveis receberam 24 mg de lenvatinib via oral por dia e 200 mg de pembrolizumabe via intravenosa a cada três semanas.
As reduções de dose de lenvatinib foram permitidas com base na toxicidade observada. A fase 2 foi realizada com pacientes com tumores sólidos com 0-2 linhas anteriores de terapia sistêmica, com uma dosagem recomendada de 20 mg de lenvatinib por dia e 200 mg de pembrolizumabe a cada três semanas conforme determinado com base nos resultados da fase 1b.
O endpoint primário da fase 2 foi a taxa de resposta objetiva às 24 semanas após o início do tratamento, com endpoints secundários incluindo taxa de resposta objetiva, taxa de controle de doença, sobrevida livre de progressão e duração da resposta.
A combinação de lenvatinib e pembrolizumabe é investigacional. Sua eficácia e segurança ainda não foram estabelecidas. A fase 2 está em andamento, com inscrição expandida para a coorte de câncer de endométrio.