Para pacientes com melanoma vulvar com invasão de pelo menos 1 mm, a linfadenectomia/amostragem foi associada a melhor sobrevida global, como apontam resultados publicados no European Journal of Cancer, com base em um grande banco de dados do mundo real.
Neste estudo, o objetivo dos pesquisadores foi avaliar a utilização e os resultados da linfadenectomia/amostragem (LND) para pacientes com melanoma vulvar. Foram consideradas pacientes diagnosticadas entre 2004-2015 com melanoma vulvar com profundidade conhecida de invasão tumoral e sem metástases distantes, identificadas no National Cancer Database. Com base no relatório de patologia, as pacientes submetidas à amostragem/dissecção de linfonodos inguinais foram selecionadas. As características clínico-patológicas e a sobrevida global foram comparadas entre os dois grupos.
Os resultados mostram que 1286 pacientes com melanoma vulvar foram identificadas, das quais 62,8% (n=808) foram submetidas à linfadenectomia/amostragem. As pacientes que realizaram LND eram, em geral, mais jovens (mediana de 66 vs 76 anos, p<0,001), mais propensas a ter seguro privado (42,9% vs 27,8%, p<0,001), apresentavam ulceração tumoral (65,9% vs 58,6%, p=0,01), tinham invasão tumoral mais profunda (p<0,001) e foram submetidas à vulvectomia radical (26,4% vs 12,1%, p<0,001).
A análise revela que pacientes submetidas à linfadenectomia/amostragem tiveram melhor sobrevida global em comparação com aquelas que não tiveram abordagem linfonodal (mediana de 49,08 vs 35,91 meses, respectivamente, p<0,001). Após controlar a idade da paciente, raça, status do seguro, comorbidades, presença de ulceração tumoral e profundidade de invasão de Breslow, o desempenho da linfadenectomia/amostragem foi associado a melhor sobrevida (razão de risco: 0,78, intervalos de confiança de 95%: 0,67, 0,92).
Em conclusão, os autores destacam que para pacientes com melanoma vulvar com invasão de pelo menos 1 mm, a linfadenectomia/amostragem foi associada a melhor sobrevida global, provavelmente secundária à migração do estágio. “Após analisar dados do registro SEER, descobrimos que os pacientes que receberam LND tiveram uma mediana de SG mais longa do que aqueles que não receberam. Este resultado permaneceu significativo mesmo após estratificar os pacientes com base na profundidade de Breslow, exceto para lesões com menos de 1 mm de invasão”, analisam.
Referência:
Value of Surgical Lymph Node Assessment for Patients with Vulvar Melanoma, Giannopoulos, Spyridon et al. European Journal of Cancer, Volume 0, Issue 0, 114303 DOI: 10.1016/j.ejca.2024.114303