Artigo publicado na Cancers buscou investigar a eficácia e segurança de cemiplimabe no manejo do carcinoma basocelular e do carcinoma espinocelular cutâneo, os dois tipos mais comuns de câncer de pele não melanoma. “Cemiplimabe tem um efeito duradouro e significativo no tratamento desses tumores, com um perfil de segurança favorável”, destacaram os autores.

O carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular cutâneo (CEC) são os tipos mais comuns de câncer de pele não melanoma. A excisão cirúrgica é a base do tratamento para ambos os tumores. No entanto, as características do tumor e as comorbidades dos pacientes podem limitar o uso dessas técnicas, tornando o tratamento desafiador.

Para o estudo, foi realizada uma revisão da literatura atual pesquisando os termos “cemiplimabe”, “carcinoma basocelular”, “carcinoma espinocelular cutâneo”, “estudo”, “eventos adversos”, “eficácia” e “segurança” nos bancos de dados PubMed, Google Scholar, Embase, Cochrane Skin e clinictrials.gov (21 de janeiro de 2024).

Foram consideradas revisões, meta-análises e ensaios clínicos, e excluídos estudos de mundo real, relatos de casos, manuscritos em língua não inglesa e artigos sobre outros tipos de câncer.

Os autores observam que a introdução de terapias orais visando uma via patogenética no carcinoma basocelular revolucionou o cenário terapêutico, mas ainda existem pacientes que não respondem ou são intolerantes a esses medicamentos. Neste contexto, cemiplimabe foi aprovado como tratamento de segunda linha. Nos ensaios de fase II, cemiplimabe demonstrou respostas objetivas em 31% e 22,2% dos casos de carcinoma basocelular localmente avançado e metastático, respectivamente, com diferentes perfis de eventos adversos em comparação com inibidores da via hedgehog (HHIs).

Apesar de menos comum em comparação com o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular cutâneo (CEC) representa um risco maior de metástase sem tratamentos sistêmicos de primeira linha estabelecidos. A aprovação de cemiplimabe foi um marco, servindo como a primeira terapia sistêmica para a doença localmente avançada e metastática.

Embora as diretrizes de duração do tratamento ainda não tenham sido definidas, os dados iniciais do EMPOWER-CSCC sugerem uma eficácia promissora com uma taxa de resposta objetiva variando entre 44,9% e 50,8%. Estudos em andamento visam verificar a eficácia em longo prazo e identificar potenciais marcadores de resposta.

Os pesquisadores ressaltam que uma abordagem integrada envolvendo oncologistas, radiologistas, dermatologistas e cirurgiões é crucial para o manejo ideal do paciente. “A colaboração entre especialistas pode ajudar a mitigar eventos adversos relacionados ao tratamento, minimizando o risco de interrupções ou descontinuações”, avaliam, acrescentando que pesquisas em andamento e evidências do mundo real irão delinear ainda mais o papel de cemiplimabe no tratamento do câncer de pele não melanoma avançado. “Estudos de mundo real permitirão avaliar a utilização de cemiplimabe também em pacientes que são frequentemente excluídos dos ensaios clínicos, como pacientes transplantados ou com doenças autoimunes”, concluem.

Referência: Potestio, L.; Scalvenzi, M.; Lallas, A.; Martora, F.; Guerriero, L.; Fornaro, L.; Marano, L.; Villani, A. Efficacy and Safety of Cemiplimab for the Management of Non-Melanoma Skin Cancer: A Drug Safety Evaluation. Cancers 2024, 16, 1732. https://doi.org/10.3390/cancers16091732