A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou no dia 26 de janeiro o uso de pembrolizumabe (Keytruda®, MSD) para tratamento adjuvante após ressecção e quimioterapia à base de platina no câncer de pulmão de células não pequenas estágio IB (T2a ≥4 cm), II ou IIIA. A aprovação é baseada nos resultados do estudo KEYNOTE-091.
O KEYNOTE-091 (NCT02504372) é um estudo multicêntrico, randomizado, triplo-cego, controlado por placebo. Os pacientes não receberam radioterapia ou quimioterapia neoadjuvante, e foram randomizados (1:1) para receber pembrolizumabe 200 mg ou placebo por via intravenosa a cada 3 semanas por até 1 ano. Os fatores de estratificação incluíram quimioterapia adjuvante e região geográfica. Dos 1.177 pacientes randomizados, 1.010 (86%) receberam quimioterapia adjuvante à base de platina após a ressecção completa.
O principal endpoint foi a sobrevida livre de doença (SLD) avaliada pelo investigador. O estudo atingiu seu endpoint primário, demonstrando uma melhora estatisticamente significativa na SLD na população geral. Em uma análise exploratória de subgrupo de 167 pacientes que não receberam quimioterapia adjuvante, o hazard ratio de SLD foi de 1,25 (95% CI: 0,76, 2,05). Para pacientes que receberam quimioterapia adjuvante, a mediana de SLD foi de 58,7 meses no braço de pembrolizumabe (95% CI: 39,2, não alcançado) e 34,9 meses no braço placebo (95% CI: 28,6, não alcançado) (hazard ratio = 0,73; 95 % CI: 0,60, 0,89]).
As reações adversas observadas no KEYNOTE-091 foram geralmente semelhantes às que ocorreram em outros pacientes com CPCNP tratados com pembrolizumabe como agente único, com exceção de hipotireoidismo (22%), hipertireoidismo (11%) e pneumonite (7%). Ocorreram duas reações adversas fatais de miocardite.
A dose recomendada de pembrolizumabe é de 200 mg a cada 3 semanas ou 400 mg a cada 6 semanas até a recorrência da doença, toxicidade inaceitável ou até 12 meses.
A revisão foi conduzida sob o Projeto Orbis, uma iniciativa do FDA Oncology Center of Excellence, que fornece uma estrutura para submissão e revisão simultânea de medicamentos oncológicos entre parceiros internacionais. Para esta revisão, a FDA colaborou com a Australian Therapeutic Goods Administration (TGA), Health Canada e Swissmedic da Suíça. As revisões de aplicação estão em andamento nas demais agências reguladoras.
Referência: FDA approves pembrolizumab as adjuvant treatment for non-small cell lung cancer