Com o aumento das taxas de sobrevida, preservar a fertilidade em pacientes com câncer em idade reprodutiva é uma questão cada vez mais presente. No entanto, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte mostram que o acesso à criopreservação em bancos de sêmen não é uma realidade entre homens jovens submetidos à quimioterapia.
O estudo liderado por Jennifer Mersereau avaliou a incidência de fertilidade em pacientes com câncer do sexo masculino e os fatores que influenciam o aconselhamento em fertilidade ou a criopreservação.
O trabalho de Mersereau e colegas considerou 201 pacientes de 13 a 50 anos que receberam diagnóstico de câncer entre janeiro de 2013 e maio de 2015 e que tinham quimioterapia como parte do tratamento oncológico. Desse universo, 59 (29%) receberam aconselhamento em fertilidade e 23 (11%) a criopreservação.
Os pacientes mais jovens foram mais propensos ao aconselhamento, com idade média de 27,4 anos versus 40,4 anos no grupo da criopreservação (p <.001). Entre os pacientes aconselhados, aqueles com menor renda mediana (P = 0,038) foram menos propensos a procurar os bancos de sêmen. Ao contrário, um modelo de regressão logística multivariada demonstrou que a idade avançada e a presença de comorbidades permaneceram positivamente associadas com a procura pela criopreservação.
A conclusão dos autores sugere uma baixa taxa de fertilidade entre o grupo que recebeu apenas o aconselhamento em fertilidade, notadamente os pacientes mais jovens submetidos à quimioterapia, e recomenda intervenções para melhorar as oportunidades para os bancos de criopreservação.
Referência: Young Men With Cancer Experience Low Referral Rates for Fertility Counseling and Sperm Banking - Published online before print April 26, 2016 doi:10.1200/JOP.2015.010579
