O uso da informação genômica como parte do cuidado clínico ganha cada vez mais aceitação na prática médica, seja na avaliação de risco individual e familiar, no diagnóstico de doenças raras ou até na análise de segurança e eficácia de medicamentos. O Lancet publicou em agosto uma série especialmente dedicada à genômica, em trabalho que conta com a participação de Manolio, T et al, com recomendações que têm implicações importantes também no contexto da assistência oncológica.
Os autores sustentam que grandes esforços têm sido empreendidos no desenvolvimento de tecnologias para medir e interpretar variantes genômicas, assim como apontam inúmeras pesquisas em andamento dedicadas a aproximar a genômica da rotina clínica. “As tecnologias de genômica tornam-se cada vez mais acessíveis e os clínicos precisam entender essas novas ferramentas e adaptá-las para configurações específicas”, destacam Manolio, T et al, no primeiro de uma série de cinco artigos que se propõem a ampliar o debate sobre oportunidades e desafios. “Fornecemos uma visão geral das principais tecnologias, discutimos as abordagens para interpretar variantes, além de enfocar as barreiras que ainda dificultam o uso da genômica na rotina clínica”, descrevem.
Entre as recomendações para fomentar a expansão da genômica na rotina médica está a figura do geneticista, do conselheiro genético ou do patologista molecular, todos profissionais aptos para acessar e filtrar um grande volume de informações, auxiliando médicos de outras especialidades na tomada de decisão. Abordagens de telemedicina também atendem às crescentes necessidades da genômica e devem ter espaço crescente para que os avanços se tornem efetivamente realidade na rotina clínica.
Referência: Manolio, T. A., Rowley, R., Williams, M. S., Roden, D., Ginsburg, G. S., Bult, C., … Green, E. D. (2019). Opportunities, resources, and techniques for implementing genomics in clinical care. The Lancet. doi:10.1016/s0140-6736(19)31140-7