A Nature publicou na edição online de 28 de janeiro estudo que demonstra o papel de enzimas epigenéticas em um subgrupo de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células.
Quimioterapias como a topoisomerase II (TopoII) reduziram eficazmente a doença em uma minoria de pacientes e a inibição da methyltransferase EZH2 demonstrou efeitos sobre a resposta ao uso do inibidor Topo II em câncer de pulmão não pequenas células, in vitro e in vivo.
Segundo Mauro Zukin (foto), diretor técnico do Grupo COI, algumas drogas como o etoposide (inibidores da Topoisomerase II) vêm sendo utilizadas há décadas, mas com uma pequena capacidade de reduzir a mortalidade dessa doença. “Uma alternativa que vem sendo estudada seria utilizar novas drogas que atuam em enzimas epigenéticas que possam modular a resposta a Topo II e consequentemente os resultados”, afirma.
Mutações EGFR são genéticas e em tumores mutados o BRG1 atua como um biomarcador capaz de prever maior sensibilidade para os inibidores Topo II em resposta à inibição da enzima EZH2.
Por outro lado, em tumores com EGFR do tipo selvagem, o BRG1 não tem a capacidade de atuar nessa regulação, o que faz com que a EZH2 torne-se mais resistente ao inibidor TopoII. Estes achados sugerem mais uma oportunidade para a medicina de precisão no câncer de pulmão não pequenas células.
“Aqui os autores demonstram que a inibição da methyltransferase EZH2 pode modular a resposta aos inibidores de Topo II, abrindo mais um caminho para definir quem melhor ou pior responde a essa droga. Uma vez que essa é uma doença geneticamente heterogênea, essa é só mais uma de várias vias a serem bloqueadas ou moduladas na carcinogênese do câncer de pulmão”, finaliza Zukin.
Referência: http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature14122.html?WT.ec_id=NATURE-20150129