As atuais diretrizes de tratamento para reações adversas imunorrelacionadas (irAEs) fazem recomendações genéricas, sem levar em conta a disparidade dos achados imuno-histopatológicos de cada órgão afetado por uma irAE. A crítica é do artigo de Esfahani, K. et al, na Nature Reviews Clinical Oncology, que propõe um modelo para personalizar a tomada de decisão.
“Os corticosteroides continuam sendo a pedra angular do tratamento das irAEs; no entanto, agentes imunomoduladores biológicos são frequentemente necessários em pacientes com reações graves ou que afetam órgãos vitais”, destacam os autores. “Nossa proposta é um processo personalizado, imuno-histopatologicamente guiado, para escolher o regime de tratamento adequado além dos corticosteroides de primeira linha”, descrevem.
O modelo sugere que pacientes com uma irAE de grau ≥3, especialmente aqueles que tem afetados órgãos como coração, pulmão, fígado, cólon e sistema neuromuscular, devem sempre que possível ser submetidos a testes diagnósticos mais rigorosos, incluindo biópsia do órgão final afetado. “É importante levar em consideração a imuno-histopatogênese de cada paciente”, recomendam os autores, que incentivam a colaboração interdisciplinar.
Referência: Esfahani, K., Elkrief, A., Calabrese, C. et al. Moving towards personalized treatments of immune-related adverse events. Nat Rev Clin Oncol (2020). https://doi.org/10.1038/s41571-020-0352-8