Artigo de Carina Meira Abrahão e Fernando Cotait Maluf está entre os destaques do ecancer. Os brasileiros descrevem dois casos de pacientes com leiomiossarcoma que evoluíram com metástases cerebrais.
Leiomiossarcoma (LMS) é um tumor raro e constitui cerca de 2% a 3% de todas as neoplasias malignas do útero. É caracterizado por um comportamento agressivo, altas taxas de recorrência, e baixa sobrevida global, apesar do tratamento multimodal. A cirurgia é o tratamento principal, através da histerectomia abdominal total. Um estudo randomizado com 224 pacientes com diagnóstico de sarcomas uterino em estadio I e II mostrou que a radioterapia adjuvante melhora o controle loco-regional. O papel da quimioterapia adjuvante ainda não está claro. Infelizmente, cerca de 50% dos pacientes com doença confinada ao órgão irá geralmente desenvolver metástases à distância de pulmão, peritônio, fígado, região pélvica e em linfonodos para-aórticos. Metástases cerebrais são extremamente raras.
Os dois casos apresentados sugerem que pacientes com leiomiossarcoma uterino metastático, em particular com disseminação para os pulmões, que atingem o controle sistêmico e sobrevida prolongada, estão em risco de ter envolvimento do SNC. Nesse caso, a ressecção cirúrgica da doença metastática, se viável, seguida por terapia de radiação, deve ser considerada.
Referência: ecancer 9 515 / DOI: 10.3332/ecancer.2015.515
http://ecancer.org/journal/9/full/515-uterine-leiomyosarcoma-with-central-nervous-system-metastases.php