Onconews - Perfil epigenético para classificar câncer de sítio primário oculto

Nota5_Diversos_Teste_Gen__tico_3_OK.jpgCâncer de sítio primário desconhecido está entre as apresentações mais frequentes de câncer. Estudo publicado no Lancet Oncology mostra a viabilidade do uso de perfis de metilação do DNA para determinar o câncer primário oculto, com a proposta de ampliar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes.

Métodos
 
Com base nas assinaturas de metilação do DNA por microarray (EPICUP®) foram classificadas 2790 amostras de tumores de origem conhecida, representando 38 tipos de câncer, incluindo 85 metástases. Como coorte de validação, os pesquisadores usaram um conjunto independente de 7691 amostras de tumores conhecidos, a partir dos mesmos tipos de câncer, incluindo 534 metástases. Aplicou-se o teste diagnóstico desenvolvido para prever o tipo de tumor de 216 casos bem caracterizados de câncer de origem desconhecida.
 
Achados
 
O classificador com base nos perfis de metilação do DNA mostrou especificidade de 99,6% (IC de 95% 99, 5-99,7), sensibilidade de 97,7% (96, 1-99,2), 88,6% de valor preditivo positivo (85,8-91,3) e 99,9% de valor preditivo negativo (99,9-100,0) no conjunto de validação de 7691 tumores.
 
Na amostra dos 216 tumores de sítio primário oculto, o perfil epigenético foi capaz de identificar o câncer primário em 188 pacientes, o equivalente a 87% da amostra. Os pacientes com diagnóstico a partir do teste que receberam uma terapia específica para o tumor de origem mostraram melhor sobrevida global em comparação com aqueles que receberam terapia empírica ([HR] 3, 24; log-rank p = 0 · 0029).
 
A conclusão dos autores aponta para o valor de perfis epigenéticos para orientar terapias mais precisas e com melhores resultados como um passo importante para melhorar o manejo clínico.
 
Referência: Epigenetic profiling to classify cancer of unknown primary: a multicentre, retrospective analysis
DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(16)30297-2