Qual a representação racial/étnica em estudos clínicos que levam à aprovação de medicamentos oncológicos pela agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA)? Estudo de Loree et al publicado no JAMA mostra que negros e hispânicos são sub-representados em comparação a brancos e asiáticos, indicando a necessidade de minimizar as disparidades para manter a equidade nos cuidados de saúde.
Nesta análise, foram consideradas as drogas oncológicas aprovadas pelo FDA entre julho de 2008 e junho de 2018 e as estimativas de câncer de base populacional por raça, a partir de dados epidemiológicos e do censo dos Estados Unidos. Os desfechos primários foram a proporção de estudos que relataram raça e a proporção de pacientes por raça participando dos estudos. Os desfechos secundários incluíram relatórios de análise de subgrupos e lacunas entre a proporção racial representada em estudos e a população dos EUA.
Os resultados mostram que em 230 estudos que levaram a aprovações de drogas oncológicas na última década, a raça foi relatada em apenas 145 ensaios (63%). Em comparação com os brancos (98% da proporção esperada) e asiáticos (438% do esperado), negros e hispânicos foram sub-representados, respectivamente com 22% e 44% da proporção esperada.
Para os autores, a representação subótima especialmente de negros e hispânicos ocorre regularmente em ensaios clínicos envolvendo oncológicos de referência. “São necessários esforços maiores para melhorar a representação das minorias e eliminar essas disparidades”, sustentam.
Referência: Loree JM, Anand S, Dasari A, et al. Disparity of Race Reporting and Representation in Clinical Trials Leading to Cancer Drug Approvals From 2008 to 2018. JAMA Oncol. Published online August 15, 2019. doi:10.1001/jamaoncol.2019.1870