A confiabilidade e reprodutibilidade dos resultados são pilares da pesquisa científica. No entanto, periódicos consagrados têm demonstrado grande preocupação com a reprodutibilidade científica.
Em 2013, a criação do “Reproducibility Project: Cancer Biology” marcou a primeira iniciativa de replicar de forma independente um subconjunto de resultados experimentais de uma série de artigos de pesquisadores renomados, publicados entre 2010 e 2012, em grande parte estudos de biologia do câncer.
A proposta nasceu da aliança entre o Science Exchange, uma rede de laboratórios científicos especializados, e o Center for Open Science, responsável por organizar essa base de dados em um grande sistema de informação de acesso aberto, o Open Science Framework (OSF). Todas as informações estão gratuitamente disponíveis a partir do portal eLife.
Agora, mais de três anos depois do lançamento do projeto, os primeiros resultados começam a ser publicados, indicando que há espaço para melhorar a reprodutibilidade na pesquisa em câncer.
Em 2016, um survey conduzido pela Nature com 1.576 pesquisadores mostrou que a intensa competição e a pressão para publicar estão entre as razões mais citadas para justificar o cenário atual, ao lado de questões relacionadas ao baixo poder estatístico e análises deficientes. A pesquisa mostrou que mais de 70% dos respondentes não conseguiram replicar experiências de terceiros e mais de 50% não conseguiram replicar suas próprias experiências.
Afinal, vivemos uma crise da reprodutibilidade científica?
O “Reproducibility Project: Cancer Biology” recebeu US $ 2 milhões da Fundação Laura e John Arnold para validar alguns dos achados de câncer de maior impacto publicados entre 2010 e 2012, incluindo 27 artigos publicados na Nature. Os cinco primeiros resultados já estão disponíveis para consulta.
Referência: Reproducibility in cancer biology: The challenges of replication - Published January 19, 2017 - Cite as eLife 2017;6:e23693 - DOI: http://dx.doi.org/10.7554/eLife.23693