O rastreamento do câncer de pulmão com base no risco individual de um fumante evitaria mais mortes do que os critérios atuais de rastreamento recomendados pela USPSTF, a US Preventive Services Task Force. É o que apontam os dados de um relatório publicado dia 2 de janeiro no Annals of Internal Medicine1.
Os pesquisadores usaram dados do National Health Interview Survey para estimar o número de fumantes dos EUA elegíveis para triagem com base nos critérios da USPSTF ou na Ferramenta de Avaliação de Risco de câncer de pulmão2 publicada no JAMA em 2016, bem como o número de mortes por câncer evitáveis com cada método.
O rastreio baseado em risco aumentou o número de pessoas para a triagem, assim como as mortes evitáveis. Em 2015, o rastreio baseado em risco teria impedido mais 5000 mortes por câncer de pulmão do que a triagem baseada nas recomendações da USPSTF. Os autores observam que uma abordagem baseada em risco permite rastrear fumantes com 20 a 29 anos de consumo de tabaco, que podem ter "risco individual suficientemente elevado para o câncer de pulmão".
Para os autores, essas análises mostram que os modelos de risco podem aumentar a eficiência da triagem do câncer de pulmão. No entanto, eles observam que "a preocupação mais urgente é que, independentemente de como sua elegibilidade é definida, as pessoas não estão recebendo o teste".
Referências:
1 - Li C. Cheung, Hormuzd A. Katki, Anil K. Chaturvedi, Ahmedin Jemal, Christine D. Berg, Preventing Lung Cancer Mortality by Computed Tomography Screening: The Effect of Risk-Based Versus U.S. Preventive Services Task Force Eligibility Criteria, 2005–2015, Ann Intern Med. 2018. DOI: 10.7326/M17-2067
2 - Katki HA, Kovalchik SA, Berg CD, Cheung LC, Chaturvedi AK. Development and validation of risk models to select ever-smokers for CT lung cancer screening. JAMA. 2016; 315(21):2300-2311. doi: 10.1001/jama.2016.6255. [PubMed]