Estudo multicêntrico, que tem como principal investigador o oncologista Diogo Bugano (foto), vai analisar retrospectivamente evidências de mundo real, com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico do carcinoma hepatocelular (BCLC A, B ou C), manejo clínico, perfil de progressão e sobrevida global de pacientes tratados nos últimos 6 anos (entre 2017 e 2022) em centros nacionais de referência em cuidados oncológicos.
O carcinoma hepatocelular é a terceira principal causa de mortes relacionada ao câncer em todo o mundo. O prognóstico depende fortemente da doença hepática subjacente, das características específicas do tumor, como carga tumoral, disseminação extra-hepática e trombose do ramo da veia porta, bem como do acesso aos tratamentos. Os pesquisadores descrevem que a realidade brasileira da apresentação clínica do tumor hepatocelular varia muito e são pouco descritos o perfil de manejo, tratamentos adotados e taxas de resposta.
“Considerando a heterogeneidade dos serviços de saúde nos centros de referência no Brasil, conhecer o perfil epidemiológico e o tratamento desses tumores é de importância fundamental para melhorar o atendimento aos pacientes, aprofundar o conhecimento nessas doenças e fomentar a geração de novas pesquisas regionais”, descreve o protocolo (NCT06230328).
O estudo é coordenado e patrocinado pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), com colaboração da AstraZeneca, e conta com participação do Instituto Nacional do Câncer – INCA, RJ (Alexandre de Mendonça Palladino), Hospital Municipal Vila Santa Catarina, SP (Pedro Luis Serrano Uson Junior), Clínica Amo, BA (Anelisa Kruschewsky Coutinho Araújo), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, ES (Vitor Fiorin de Vasconcellos), Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, PE (Andréa Lopes Ponte de Souza), Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, RN (Sulene Cunha Sousa Oliveira), Associação Hospitalar Moinhos de Vento, RS (Rui Fernando Weschenfelder), Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS (Mário Reis Álvares da Silva), Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon, SC (Victor Hugo Fonseca de Jesus) e Fundação Pio XII, Barretos, SP (Gustavo Sanches Faria Pinto).
A expectativa é concluir a pesquisa e apresentar os resultados até fevereiro de 2025.