Seis fatores podem predizer a recidiva do câncer de mama após diagnóstico de carcinoma ductal in situ. É o que sustentam dados da meta-análise publicada na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, periódico da Associação Americana para a Pesquisa em Câncer.
Esta revisão sistemática considerou 1.781 estudos do banco de dados PubMed de 1970 a junho de 2018 para avaliar o risco de recorrência do câncer de mama ipsilateral em mulheres diagnosticadas e tratadas principalmente para carcinoma ductal in situ (CDIS). Quarenta estudos preencheram os critérios de elegibilidade e incluíram pelo menos dez eventos de câncer de mama invasivo e pelo menos um ano de acompanhamento.
"Há uma grande necessidade não atendida de distinguir CDIS inofensivo de CDIS potencialmente perigoso", disse a autora sênior do estudo, Jelle Wesseling, professora de patologia mamária do Instituto de Câncer da Holanda e do Centro Médico da Universidade de Leiden.
Um total de 17 estudos atenderam aos critérios e foram incluídos na análise. O número de pacientes nos estudos incluídos variou de 52 a 37.692, e o tempo médio de acompanhamento variou de 3,2 a 15,8 anos.
Entre 26 fatores prognósticos, Wesseling e colegas identificaram seis associados a um aumento de 36% a 84% no risco relativo de recorrência da doença invasiva após o diagnóstico de carcinoma ductal in situ: raça afro-americana, pré-menopausa, detecção por palpação, margens comprometidas, alto grau histológico e alta expressão de proteína p16. “Os dados relativos ao grau histológico precisam de interpretação cuidadosa devido às diferenças potenciais na avaliação entre os observadores”, alertam os pesquisadores.
O estudo foi financiado pelo Cancer Research UK e pela Dutch Cancer Society.
Referência: Cancer Epidemiol Biomarkers Prev April 25 2019 DOI:10.1158/1055-9965.EPI-18-0976