Embora a inovação no mercado de oncologia tenha contribuído para melhorias na terapia, a magnitude e a dimensão dos benefícios clínicos variam muito, e pode haver razões para duvidar que as alegações de eficácia reflitam exatamente a eficácia do mundo real. os dados são de um estudo publicado no Jama Oncology dia 29 de dezembro.
O trabalho avaliou o valor terapêutico comparativo de todos os novos medicamentos contra o câncer aprovados pelas agencias norte-americana (FDA) e Europeia de Medicamentos (EMA) entre 2003 e 2013 para verificar seus benefícios de sobrevida, qualidade de vida e segurança. Segundo os autores, essas informações poderiam apoiar a prática clínica e promover a tomada de decisões de políticas de saúde baseadas em valor.
Resultados
Sessenta e duas novas moléculas com indicação primária em oncologia foram analisadas em relação à sobrevida global (SG), qualidade de vida (QV) e segurança. Dessas 62 novas moléculas ativas de câncer aprovadas pelo FDA e EMA entre 2003 e 2013, 53 foram avaliadas por agências de avaliação de tecnologia em saúde (HTAs) até maio de 2015.
Destes 53 fármacos, 23 (43%) aumentaram a sobrevida global em 3 meses ou mais, 6 (11%) em menos de 3 meses e 8 (15%) em magnitude desconhecida. Não houve evidências que sugerissem que os 16 medicamentos restantes (30%) aumentassem a sobrevida global em relação às melhores alternativas de tratamento.
Quando os ganhos de sobrevida global puderam ser quantificados, todos os novos medicamentos contra o câncer foram associados a um aumento médio total de sobrevida global de 3,43 meses (0,63) em relação aos tratamentos disponíveis em 2003. No entanto, os benefícios adicionais de novos medicamentos contra o câncer variam amplamente entre as indicações terapêuticas - variando entre 0 (tireóide, ascite) e 8,48 meses (câncer de mama) - e às vezes baseavam-se em dados modelados, comparações indiretas ou não-ativas ou evidências não validadas.
Embora 22 (42%) dos 53 novos medicamentos tenham demonstrado um aumento da qualidade de vida, 24 (45%) também estavam associados à redução da segurança do paciente. Entre os 53 novos medicamentos contra o câncer, 42 (79%) foram associados a pelo menos alguma melhora na sobrevida global, qualidade de vida ou segurança.
Referência: Assessment of Overall Survival, Quality of Life, and Safety Benefits Associated With New Cancer Medicines