Onconews - SPIRAL-RT: durvalumabe após radioterapia no CPCNP inelegível para quimiorradioterapia

pulmao 23A manutenção com durvalumabe após radioterapia em monoterapia é um tratamento promissor para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas estágio III que não são elegíveis para quimiorradioterapia. Publicado no European Journal of Cancer, o Fase 2 SPIRAL-RT é o primeiro estudo prospectivo a avaliar a eficácia da estratégia nessa população de pacientes.

“Embora a quimiorradioterapia concomitante (CCRT) seguida de durvalumabe seja o tratamento padrão para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em estágio III, na prática de mundo real apenas metade dos pacientes pode receber CCRT”, destacam os autores.

Nesse estudo de Fase 2, prospectivo, aberto e multicêntrico de braço único realizado no Japão, os pacientes receberam radioterapia (54–66 Gy) seguida de durvalumabe (10 mg/kg a cada 2 semanas por até 12 meses). O endpoint primário foi a taxa de sobrevida livre de progressão (SLP) em 1 ano. Desfechos secundários incluíram taxa de resposta objetiva (ORR), SLP, sobrevida global (SG) e segurança.

Resultados

Entre setembro de 2019 e abril de 2021, foram inscritos 33 pacientes de oito instituições. A idade média dos pacientes foi de 79 anos e a maioria era do sexo masculino (78,8%). A taxa de SLP em 1 ano foi de 39,1% (90% CI: 24,7–54,6%). Três pacientes (9,1%) tinham performance status 2. A ORR foi de 42,4% (95% CI: 27,2–59,2%). As medianas de SLP e SG foram de 8,9 (95% CI: 7,4–19,4) e 20,8 (95% CI: 15,8 – não estimável) meses, respectivamente.

O evento adverso mais comum foi pneumonite por radiação (51,5%). A mediana de duração do tratamento foi de 6,4 (intervalo: 0,50–12,0) meses para durvalumabe. No final, 30,3% (10/33) dos pacientes completaram 1 ano de tratamento com durvalumabe.

“Durvalumabe é um tratamento eficaz com toxicidade tolerável após monoterapia com radioterapia em pacientes com CPCNP em estágio III que não são elegíveis para quimiorradioterapia”, concluíram os autores.

Entre as limitações do estudo, os autores destacam o tempo curto de acompanhamento, o que torna os dados de sobrevida a longo prazo limitados; o caráter heterogêneo da população avaliada e a impossibilidade de avaliar o status do gene condutor, exceto para mutações no EGFR, em todos os pacientes.

O estudo está publicado em acesso aberto.

Referência: Tadaaki Yamada, Yasuhiro Goto, Hiroshi Tanaka, Hideharu Kimura, Koichi Minato, Hiroshi Gyotoku, Takeshi Honda, Satoshi Watanabe, Kenji Morimoto, Fumiaki Kiyomi, Junji Uchino and Koichi Takayama, A phase 2 trial of durvalumab treatment following radiation monotherapy in patients with non-small cell lung cancer ineligible for stage III chemoradiotherapy: the SPIRAL-RT study, European Journal of Cancer, (2023) doi: https://doi.org/10.1016/j.ejca.2023.113373