Brincar é um meio natural de autoexpressão da criança. Por isso, a terapia lúdica, ou ludoterapia, tem grande importância para crianças em tratamento oncológico pois atua desde o modo de falar do paciente até a adaptação do ambiente hospitalar, minimizando os impactos da doença e do tratamento. Durante as sessões é dada a oportunidade do paciente expressar seus sentimentos e problemas através da brincadeira. A ludoterapia poder ser praticada individualmente ou em grupo.
De acordo com a oncologista pediátrica e 2ª vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Ísis Magalhães, este tipo de terapia é utilizado para ajudar na compreensão da criança sobre o que esta acontecendo, oferecer informações sobre a doença e o tratamento em sua linguagem infantil. “São tratamentos longos com muitos procedimentos invasivos. A rotina da criança e da família é modificada quase por completo. Restrições em sua vida diária, inúmeras idas ao hospital, coleta de exames, sessões de quimioterapia e internações são fatores que contribuem para a tensão emocional. Neste contexto, a ludoterapia tem papel fundamental para minimizar o impacto destes fatores”, diz.
Ísis também afirma que a criança tratada em um ambiente lúdico demonstra menos medo e maior confiança diante dos procedimentos e do tratamento como um todo, o que favorece a adesão e possibilita melhores resultados. “Estimulamos os pacientes a reproduzirem os eventos a que ele é submetido como forma de expressão nas brincadeiras e extravasamento dos medos e temores acerca do tratamento. Se a criança estiver mais tranquila, a família também se sente mais segura e com mais recursos psicológicos para o enfrentamento da doença”.
A terapia aparece de forma adaptada à realidade atual do paciente, por exemplo: procedimentos invasivos, onde um boneco faz papel de paciente e a criança vivencia a situação de punção venosa (cateter inserido na veia para injeção de medicamentos) de um ponto de vista que lhe permita enfrentar o procedimento de forma mais segura.