Ensaio randomizado comparou os efeitos do treinamento de resistência e do treinamento intervalado de alta intensidade na composição corporal, força muscular, aptidão cardiorrespiratória e qualidade de vida em sobreviventes de câncer de mama. Os resultados publicados no periódico Breast Cancer Research & Treatment demonstram que os dois grupos de exercícios melhoraram os parâmetros avaliados, com benefícios específicos diferentes para cada uma das abordagens.
Vinte e oito sobreviventes de câncer de mama, pós-tratamento (estágio I–III), com idade de 55,5 ± 8,8 anos e índice de massa corporal de 27,9 ± 5 kg/m2 foram randomizadas para uma intervenção supervisionada de 12 semanas de treinamento de resistência (TR; n = 14) ou treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT; n = 14), 3 dias por semana.
Na linha de base e após 12 semanas foram avaliados a composição corporal (absorciometria de raio-x de dupla energia), força muscular da parte superior e inferior do corpo (máximo de 1 repetição), aptidão cardiorrespiratória (CRF; Teste do Ciclo de Ekblom Bak) e domínios de qualidade de vida (EORTC QLQ-C30 e EORTC QLQ-BR45).
Resultados
Não houve diferenças significativas entre os grupos no baseline. A frequência do exercício variou de 81 a 85%. Entre os grupos, houve diferenças significativas (p ≤ 0,001) após 12 semanas na força do supino para treinamento de resistência (diferença média [MD] = 4,7 kg) e aptidão cardiorrespiratória para treinamento de alta intensidade (MD = 1,9 ml/min/kg).
Dentro dos grupos, houve melhorias significativas (p < 0,05) para a porcentagem de massa magra e de massa gorda tanto no treinamento de resistência quanto no treinamento intervalado de alta intensidade, bem como para a força muscular da parte superior e inferior do corpo, aptidão cardiorrespiratória e domínios de qualidade de vida. Nenhum evento adverso importante foi observado.
Em conclusão, ambos os grupos de exercícios melhoraram a composição corporal, aptidão física e domínios de qualidade de vida ao longo de 12 semanas, embora tenha havido melhorias mais substanciais na massa magra e força muscular com treinamento de resistência e reduções em porcentagem de massa gorda e melhor aptidão cardiorespiratória com treinamento intervalado de alta intensidade. “Programas de exercícios personalizados devem abordar as necessidades específicas de saúde de cada paciente”, destacaram os pesquisadores.
Referência:
Bettariga, F., Taaffe, D.R., Crespo-Garcia, C. et al. Effects of resistance training vs high intensity interval training on body composition, muscle strength, cardiorespiratory fitness, and quality of life in survivors of breast cancer: a randomized trial. Breast Cancer Res Treat (2024). https://doi.org/10.1007/s10549-024-07559-5