Onconews - Tumores urológicos: progressos no câncer de próstata

    Especiais Congressos

      Urologista brasileiro assina publicação internacional dedicada à cirurgia robótica

      O urologista Stênio de Cássio Zequi (foto), líder do Centro de Referência em Tumores Urológicos do AC Camargo Cancer Center, é coeditor da mais recente publicação da Elsevier em cirurgia robótica, com participação do engenheiro biomédico Hongliang Ren. O handbook of Robotica Surgery  é dedicado a...

      DESTINY-Lung03: monoterapia com T-DXd no CPCNP com superexpressão de HER2 mostra eficácia e segurança

      DESTINY-Lung03 é um estudo aberto, multicêntrico, de Fase 1b, multipartes, que avalia tratamentos baseados em trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com superexpressão de HER2. Resultados apresentados no WCLC 2024 indicam que a...

      LAURA: Osimertinibe pode mudar o padrão no CPCNP localmente avançado EGFRm

      Osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com quimiorradioterapia e pode ser um novo padrão de tratamento para essa população. É o que...

      PANTHER: dose densa melhora a sobrevida livre de recorrência

      Selecionado em sessão mini-oral, em apresentação de Theodoros Foukakis (foto), do Instituto Karolinska, resultados de eficácia do estudo randomizado de fase III PANTHER, após 10 anos de acompanhamento, mostram que a quimioterapia adjuvante com dose densa personalizada melhora a sobrevida livre de...

      Entendendo a apoptose

      Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista André Murad explica a apotose, a morte natural e controlada de células dentro do nosso corpo que desempenha um papel importante no nosso desenvolvimento e na vida cotidiana. Confira.

      TV Onconews

       
      O oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor médico geral do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, faz, em vídeo, uma revisão de importantes estudos sobre câncer de mama apresentados nos congressos do ASCO, ESMO Breast e ESMO, em 2024. “Temos uma série de dados importantes do trastuzumabe deruxtecana (T-DXd); de qualidade de vida, de eficácia no...
       
      Os oncologistas Martha Tatiane Mesquita dos Santos, da Rede D’Or em Brasília, e Victor Braga Gondim Teixeira, do Américas Oncologia do Rio de Janeiro, discutem em vídeo a adição de Osimertinibe à quimioterapia como tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) para pacientes com mutação do EGFR. Entre os estudos discutidos está a análise post-hoc apresentada na...
       
      O que muda com a aprovação da Lei 14 874 sancionado este ano, depois de longo período de tramitação? “É muito importante juntar forças para, de fato, mudar o ambiente de pesquisa”, destaca Renato Porto, Presidente-executivo da Interfarma, que ao lado do oncologista Fabio FranKe, diretor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, analisa a nova lei, publicada 29 de maio no Diário Oficial...
       
      A crioablação se mostra como alternativa às cirurgias de câncer de mama em estágio inicial. A taxa de sucesso é de 100% para tumores menores que um centímetro, como indicam os resultados do FIRST (FreezIng bReaST câncer in Brazil), ensaio clínico multicêntrico com participação da Universidade Federal de São Paulo, do HCor e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.    
       
      Adeylson Guimarães, diretor adjunto da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), analisa dados atualizados sobre o câncer de cabeça e pescoço, com informações epidemiológicas extraídas dos 79 Registros Hospitalares de Câncer (RHCs) do Estado, compreendendo 42 544 casos diagnosticados de 2000 a 2020. Assista na TV Onconews, com participação da epidemiologista Marcela Fagundes.
       
      Apresentado em Sessão Plenária no ASCO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM), o estudo de Fase 3 LAURA demonstrou que osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com...
       
      O oncologista Fabian Trillsch, vice-diretor na LMU Klinikum, em Munique, apresentou no ESMO Gynaecological Cancers Congress 2024 os resultados do estudo DUO-O, demonstrando benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida livre de progressão do tratamento com durvalumabe + bevacizumabe + quimioterapia seguido de durvalumabe + bevacizumabe + olaparibe de manutenção em...
       
      Selecionado para apresentação em Sessão Plenária no ASCO 2024, o estudo de Fase 3 ADRIATIC prolongou a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado tratados com durvalumabe como terapia de consolidação após quimiorradioterapia. O oncologista David Spigel, principal autor do estudo, comenta os...
       
      A relação entre microbioma, dieta e câncer colorretal é tema de videoaula do microbiologista Alessandro Silveira, pós-doutor em Farmácia (UFSC) e Microbiologia (USP), pesquisador do Departamento de Microbiologia do ICB-USP e membro da equipe do Instituto Assaly. O assunto foi pauta da TV Onconews, com participação da nutróloga Vânia Assaly, Diretora do Instituto Assaly e Presidente...
       
      “A metabolômica tem sido utilizada na pesquisa e na prática clínica para estudar a interação metabólica entre o câncer e o hospedeiro, identificar marcadores de diagnóstico e monitoramento, e entender melhor a doença para aprimorar os tratamentos”, explica Graziela Ravacci, doutora em oncologia e metabolômica pela FMUSP. A especialista é convidada da TV ONCONEWS, em vídeo com...

          ESTUDOS CLÍNICOS

          Nota1_ESTRO_prostata_3_OK.jpgEstudos confirmam benefícios da abiraterona e da enzalutamida no câncer de próstata refratário a castração. Alteração no receptor de androgênio ARV-7 pode estar relacionada ao mecanismo de resistência. O câncer de próstata continua como a neoplasia mais frequente no sexo masculino, correspondendo a 27% de todos os tumores malignos.

          No âmbito da doença localizada, o grupo escandinavo do SPCG-4 reportou os dados atualizados de prostatectomia radical versus vigilância ativa.  Determinar se há ganho de sobrevida na população de pacientes com doença inicial da próstata é relevante, pois há risco de um aumento do diagnóstico da doença devido ao rastreamento com PSA, além de potenciais eventos adversos ocasionados pelo tratamento. Em resumo, esta análise mostra que, não obstante ser a vigilância ativa útil e factível em um subgrupo específico de pacientes com doença de baixo risco, na vigência de progressão ou quando diretamente comparada à cirurgia, há claramente um benefício de sobrevida com esta última abordagem. Com um tempo de seguimento mediano de 12,8 anos, a mortalidade no grupo tratado com prostatectomia foi de 46,1% e de 52,7% no grupo de vigilância ativa. A incidência cumulativa de metástases à distância também foi significativamente menor no grupo de tratamento versus observação (21,7% vs 33,4%, respectivamente).1

          Um estudo interessante publicado em 2014 mostrou que o uso diário de AAS (ácido acetil-salicílico) poderia reduzir a mortalidade no câncer de próstata. Nesta série, 2.936 homens com câncer localizado foram incluídos na análise sendo que 1.131 usavam o AAS na dose acima de 75 mg. Em um seguimento mediano de 5,5 anos, os pacientes que estavam em uso do AAS obtiveram uma redução de 39% no risco de morte em comparação com aqueles que não tomavam o AAS (P<0,05). Novas análises com uma coorte maior de pacientes serão necessárias para validar este resultado.2

          Em uma outra direção, a suplementação vitamínica com selênio e vitamina E não mostrou nenhum benefício favorável no comportamento do câncer de próstata. Além disto, reposição vitamínica foi capaz de aumentar a chance de tumores de alto grau, principalmente naqueles pacientes com uso do selênio em doses acima das recomendadas para uso diário.3

          No âmbito da doença avançada e metastática, um dos assuntos mais comentados de 2014 foi a apresentação em plenária da ASCO do estudo CHAARTED. Este estudo randomizou 790 pacientes com Câncer de Próstata avançado para receber Docetaxel 75 mg/m2 por 6 ciclos associado a bloqueio hormonal versus bloqueio hormonal isolado. Cerca de 65% destes pacientes tinham doença metastática de alto volume, caracterizada por metástases viscerais e/ou 4 ou mais sítios de doença óssea.  O objetivo primário deste estudo foi Sobrevida Global (SG). Em um seguimento de 29 meses, a SG foi de 58 meses para o tratamento com quimio e hormonioterapia versus 44 meses para o tratamento hormonal isolado.  O benefício foi ainda superior para aqueles pacientes com alto volume de doença à apresentação (49 vs 32 meses).4

          O tratamento do câncer de próstata refratário a castração (CPRC) foi revolucionado nos últimos anos por drogas capazes de aumentar a sobrevida global e claramente melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Em 2014, duas drogas expoentes neste cenário, abiraterona e enzalutamida, foram novamente exploradas com atualizações de dados.  O estudo PREVAIL analisou o papel da enzalutamida na população de pacientes refratários e metastáticos, mas sem uso prévio de quimioterapia. Neste estudo, a sobrevida global e todos os objetivos secundários favoreceram a enzalutamida na comparação com placebo (32,4 vs 30,2 meses; HR 0.71).5

          Nesta mesma linha, o estudo COU AA-302 teve seus dados de SG atualizados. Esta análise foi apresentado no ESMO e mostrou que a abiraterona em comparação ao placebo aumentou a SG de 30,1 para 35,3 meses (HR 0.79).6

          É importante salientar que análises de sobrevida global nestes cenários são complicadas devido ao uso sequencial de novas e ativas abordagens de tratamento na progressão da doença.

          Um último estudo relevante publicado em 2014 foi uma análise molecular através de células tumorais circulantes (CTCs). A detecção de uma alteração no receptor de androgênio das células tumorais, conhecido com ARV-7 (variante de splice) está relacionada a um maior grau de resistência ao uso de drogas como enzalutamida e abiraterona. Certamente, estes dados precisam ser reproduzidos em maior escala em coorte prospectiva.7

           


          Referências Bibliográficas:
           
          1.     Bill-Axelson A, et al.  N Engl J Med; 370:932-42. 2014
          2.     Flahavan et al. Annals of Oncology; 25: 154-159. 2014
          3.     Kristal AR et al.  J NatlCancer Inst. 22 Feb. 2014
          4.     Sweeney C. et al.  ASCO. LBA 2. 2014
          5.     Beer TM, et al. N Engl J Med.;371(5):424. 2014
          6.     Rathkopf DE, et al. Eur Urol. 2014 (ESMO)
          7.     Antonarkis EM, et al. N Engl J Med. 2014;371(11):1028.

          Igor Morbeck
          Grupo Brasileiro de Tumores Urológicos (GBTU)