Onconews - GBECAM apresenta avanços e desafios

    Especiais Congressos

      ANS inicia Consulta Pública para avaliar incorporação de tepotinibe no câncer de pulmão

      A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu a Consulta Pública 135, com o objetivo de obter contribuições sobre a proposta de atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Entre as propostas abertas à consulta pública está a incorporação de cloridrato de tepotinibe (TEPMETKOTM), o único...

      DESTINY-Lung03: monoterapia com T-DXd no CPCNP com superexpressão de HER2 mostra eficácia e segurança

      DESTINY-Lung03 é um estudo aberto, multicêntrico, de Fase 1b, multipartes, que avalia tratamentos baseados em trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com superexpressão de HER2. Resultados apresentados no WCLC 2024 indicam que a...

      LAURA: Osimertinibe pode mudar o padrão no CPCNP localmente avançado EGFRm

      Osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com quimiorradioterapia e pode ser um novo padrão de tratamento para essa população. É o que...

      PANTHER: dose densa melhora a sobrevida livre de recorrência

      Selecionado em sessão mini-oral, em apresentação de Theodoros Foukakis (foto), do Instituto Karolinska, resultados de eficácia do estudo randomizado de fase III PANTHER, após 10 anos de acompanhamento, mostram que a quimioterapia adjuvante com dose densa personalizada melhora a sobrevida livre de...

      Entendendo a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

      Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista André Murad (foto) explica a técnica de PCR (ou Reação em Cadeia da Polimerase), tecnologia laboratorial que consiste na amplificação de uma região específica do DNA e do RNA. Confira.

      TV Onconews

       
      O que muda com a aprovação da Lei 14 874 sancionado este ano, depois de longo período de tramitação? “É muito importante juntar forças para, de fato, mudar o ambiente de pesquisa”, destaca Renato Porto, Presidente-executivo da Interfarma, que ao lado do oncologista Fabio FranKe, diretor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, analisa a nova lei, publicada 29 de maio no Diário Oficial...
       
      A crioablação se mostra como alternativa às cirurgias de câncer de mama em estágio inicial. A taxa de sucesso é de 100% para tumores menores que um centímetro, como indicam os resultados do FIRST (FreezIng bReaST câncer in Brazil), ensaio clínico multicêntrico com participação da Universidade Federal de São Paulo, do HCor e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.    
       
      Adeylson Guimarães, diretor adjunto da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), analisa dados atualizados sobre o câncer de cabeça e pescoço, com informações epidemiológicas extraídas dos 79 Registros Hospitalares de Câncer (RHCs) do Estado, compreendendo 42 544 casos diagnosticados de 2000 a 2020. Assista na TV Onconews, com participação da epidemiologista Marcela Fagundes.
       
      Apresentado em Sessão Plenária no ASCO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM), o estudo de Fase 3 LAURA demonstrou que osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com...
       
      O oncologista Fabian Trillsch, vice-diretor na LMU Klinikum, em Munique, apresentou no ESMO Gynaecological Cancers Congress 2024 os resultados do estudo DUO-O, demonstrando benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida livre de progressão do tratamento com durvalumabe + bevacizumabe + quimioterapia seguido de durvalumabe + bevacizumabe + olaparibe de manutenção em...
       
      Selecionado para apresentação em Sessão Plenária no ASCO 2024, o estudo de Fase 3 ADRIATIC prolongou a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado tratados com durvalumabe como terapia de consolidação após quimiorradioterapia. O oncologista David Spigel, principal autor do estudo, comenta os...
       
      A relação entre microbioma, dieta e câncer colorretal é tema de videoaula do microbiologista Alessandro Silveira, pós-doutor em Farmácia (UFSC) e Microbiologia (USP), pesquisador do Departamento de Microbiologia do ICB-USP e membro da equipe do Instituto Assaly. O assunto foi pauta da TV Onconews, com participação da nutróloga Vânia Assaly, Diretora do Instituto Assaly e Presidente...
       
      “A metabolômica tem sido utilizada na pesquisa e na prática clínica para estudar a interação metabólica entre o câncer e o hospedeiro, identificar marcadores de diagnóstico e monitoramento, e entender melhor a doença para aprimorar os tratamentos”, explica Graziela Ravacci, doutora em oncologia e metabolômica pela FMUSP. A especialista é convidada da TV ONCONEWS, em vídeo com...
       
      A oncologista Natalia Valdivieso (foto) é primeira autora de análise do estudo FLAURA2 apresentada no Congresso Europeu de Câncer de Pulmão (ELCC 2024) demonstrando que osimertinibe + quimioterapia com pemetrexede e platina como primeira linha fornece benefício clínico além da progressão inicial em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado com...
       
      O estudo de Fase 3b VENICE-1 mostrou atividade e segurança da monoterapia com venetoclax em adultos com leucemia linfocítica crônica recidivada ou refratária e exposição prévia a um inibidor de receptor de célula B (BCRi). Os resultados foram publicados no Lancet Oncology e estão em pauta na TV ONCONEWS, em vídeo com participação do hematologista Alan Skarbnik, diretor do Programa...

          ESTUDOS CLÍNICOS

          BALANCO_MAMA_bx.jpgSOFT e TEXT foram a informação mais importante apresentada; barreiras ainda dificultam prevenção e diagnóstico precoce. Na doença metastática HER2 positiva, o CLEOPATRA mostrou ganho de sobrevida com a combinação de taxano, trastuzumabe e pertuzumabe, em um resultado inédito para este grupo de pacientes.

          O câncer de mama continua sendo um desafio muito particular e emblemático dentro da Oncologia. Falando inicialmente das pacientes e do posicionamento social frente à doença, fica muito claro que estamos evoluindo para um cenário mais aberto e com menos preconceitos. Isto não significa que a situação seja a ideal ou que devamos deixar de manter o esforço concentrado para trabalhar as dificuldades e medos que são críticos não somente no enfrentamento do câncer de mama, mas que têm impacto na prevenção e no diagnóstico precoce.
          Ainda nesta área, evidências cada vez mais consistentes apresentadas em vários congressos durante 2014 associam a obesidade com um risco maior para desenvolver câncer de mama. Certamente uma área para trabalharmos coletivamente.

          Na prevenção farmacológica não surgiram evidências que modifiquem significativamente o conhecimento que já tínhamos da eficácia do tamoxifeno ou dos inibidores de aromatase. Permanecemos com o desafio de definir quando realmente indicar este tratamento de quimioprevenção com estes agentes.

          Algo que acredito esteja cada vez ganhando mais impacto e reconhecimento é a identificação e abordagem das pacientes com risco genético para desenvolver câncer de mama. Ainda estamos longe, mas certamente está sendo criada uma consciência geral da necessidade de diagnosticar esses 10%-20% das pacientes com predisposição genética. Fatores de risco mais específicos para identificar quais as pacientes que devem ser investigadas e aspectos logísticos de qual o teste a ser feito, quais os genes a ser testados e o acesso ao teste devem ainda ser melhor resolvidos no Brasil. Na minha opinião, as consequências deste tipo de diagnóstico estão ainda sendo subestimadas pela maior parte dos oncologistas.

          Do ponto de vista do tratamento adjuvante, a informação mais importante apresentada durante 2014 foram os resultados dos estudos SOFT e TEXT. Esperados por muito tempo, estes estudos esclarecem alguns aspectos quanto à melhor abordagem para mulheres pré-menopáusicas com receptores hormonais positivos. Certamente no grupo de pacientes com maior risco de recorrência fica claro o benefício da supressão ovariana em combinação com a hormonioterapia convencional. Entretanto, como acontece com todo resultado que avança nosso conhecimento, ficam dúvidas ou aparecem novas perguntas as quais devemos responder. Como classificar alto risco? Como será a qualidade de vida destas pacientes? A duração do tratamento precisa ser de 5 anos? Ainda temos muito trabalho pela frente e a pergunta crítica - quais as pacientes não necessitam de tratamento depois da cirurgia - permanece sem resposta.

          Nas pacientes pré-menopáusicas foram apresentadas novas evidências confirmando informações anteriores que já sugeriam a possibilidade de usar a supressão ovariana paralelamente à quimioterapia adjuvante como forma de preservar a fertilidade e permitir gravidez após a quimioterapia, um aspecto que assume importância crítica para pacientes jovens após a doença.

          No cenário da doença avançada, sem dúvida a informação mais impactante foi a liberação dos dados do estudo CLEOPATRA, demonstrando uma sobrevida mediana de mais de 54 meses em pacientes com doença metastática HER2 positiva com a combinação de taxano, trastuzumabe e pertuzumabe, um resultado inédito para este grupo de pacientes.

          Muito avançamos no manejo do câncer de mama nestas últimas décadas, entretanto os desafios continuam grandes, o novo paradigma da personalização do diagnóstico e do tratamento nos oferece ao mesmo tempo oportunidades para melhorar o tratamento e desafios importantes de identificar o tratamento correto para cada paciente. Embora saudemos estes conhecimentos e os avanços da tecnologia, devemos reconhecer que a arte da medicina continua a estar na interação pessoal com cada uma das nossas pacientes, não existe individualização mais importante do que essa.

          Carlos Barrios
          Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM)