O oncologista André Murad (foto) explica o que é a reação em cadeia da polimerase, técnica da biologia molecular para amplificar uma única ou poucas cópias de um pedaço de DNA. Confira, em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’.
Por André Marcio Murad*
A PCR, que significa reação em cadeia da polimerase (do inglês polymerase chain reaction), é uma técnica da biologia molecular para amplificar uma única ou poucas cópias de um pedaço de DNA e baseia-se no processo de replicação do DNA que ocorre in vivo.
Durante o PCR, elevadas temperaturas separam as moléculas de DNA em duas cadeias simples, permitindo então a ligação de oligonucleotídios iniciadores (primers), também em cadeia simples e geralmente constituídos por 15 a 30 nucleótidos, obtidos por síntese química. Então, os dois pares de primers são acrescentados na reação. Se a determinada sequência estiver presente na amostra, ela será multiplicada milhares de vezes, podendo configurar uma reação positiva.
O PCR amplifica sequências de DNA específicas. O DNA alvo é aquecido para separar as fitas e um grande excesso de dois oligonucleotídeos iniciadores, um complementar a cada fita, é adicionado junto com a DNA polimerase. Após o recozimento do primer, a extensão do primer produz uma cópia do DNA de fita dupla original. Dois ciclos adicionais de PCR produzem quatro e oito cópias, respectivamente, da sequência de DNA original.
O gráfico abaixo, que é semilogarítmico, mostra o efeito da execução de 20 ciclos de PCR em uma preparação de DNA contendo originalmente dez cópias de um gene alvo.
*André Murad é diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP), diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, professor adjunto coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG, e oncologista e oncogeneticista da CETTRO Oncologia (DF)