O oncologista André Murad (foto) explica a técnica da hibridização fluorescente in situ (FISH), em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’. Confira.
Por André Marcio Murad*
A hibridização fluorescente in situ (FISH) é uma técnica molecular baseada na detecção de pequenos segmentos de DNA ou RNA a partir de "sondas" específicas. As sondas são sequências de nucleotídeos complementares desenvolvidas a partir de segmentos conhecidos do DNA ou RNA que se deseja identificar, ligados a um marcador fluorescente ou radioativo, que por sua vez vai detectar anomalias cromossômicas que estão além do poder de resolução da citogenética de rotina, como microdeleções e rearranjos cromossômicos complexos.
A FISH utiliza-se da capacidade do DNA de ser reversivelmente desnaturado e renaturado. Muitas técnicas em biologia molecular usam hibridização para detectar um DNA específico em uma mistura complexa. Tanto a sonda quanto o DNA alvo são desnaturados e misturados. Quando as condições são restauradas para permitir a renaturação, a sonda encontrará quaisquer sequências complementares na mistura e formará um híbrido. No caso da FISH, o DNA alvo é uma propagação real de metáfase de cromossomos, ou células com cromossomos intactos. Isso permite a detecção de anormalidades cromossômicas complexas, como grandes deleções, inversões, duplicações e translocações.
*André Murad é diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP), diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, professor adjunto coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG, e oncologista e oncogeneticista da CETTRO Oncologia (DF)