No ano passado, o ipilimumab no tratamento do melanoma metastático concentrou as atenções da oncologia mundial e pavimentou caminho para repetir a mesma performance nesta 50ª ASCO, que novamente apresentou estudos promissores com imunoterapia. Os chamados inibidores de checkpoint são objeto de diferentes pesquisas, que este ano mostraram em Chicago seus principais resultados.
O ipilimumab foi destaque na investigação do EORTC que avaliou o uso em adjuvância em pacientes de melanoma com alto risco de recorrência (Abstract #LBA9008). A análise final do estudo randomizado, de fase III, que investigou o impacto do ipilimumab na sobrevida livre de progressão (SLP), indica que o uso adjuvante em pacientes de melanoma com estadio III diminuiu em 25% o risco relativo de recorrência na comparação com placebo.
O EORTC acompanhou 951 pacientes com melanoma cutâneo, por um período médio de 2,7 anos. Os resultados mostram que 294 pacientes tiveram recaída no braço placebo, em comparação com 234 no grupo tratado com ipilimumab. As taxas de SLP em três anos foram de 34,8% e 46,5%, respectivamente.
O impacto na SLP foi observado tanto em pacientes com micrometástases como naqueles com metástase de linfonodo. No entanto, o perfil de toxicidade recomenda maior tempo de acompanhamento para avaliar o benefício dessa abordagem terapêutica e reforçar o corpo de evidências.
O estudo do foi apoiado pela Bristol-Myers Squibb.
Referência: http://abstracts.asco.org/144/AbstView_144_130118.html
Terapia combinada aumenta sobrevida global no melanoma avançado
Outro ensaio que apresentou bons resultados da imunoterapia combinou o uso de ipilimumab e nivolumab (Abstract #LBA9003). A resposta é considerada um avanço sem precedentes, com ganhos de três anos e meio (40 meses) na sobrevida global de pacientes de melanoma avançado. A investigação foi conduzida por Mario Sznol, professor de oncologia médica da Universidade de Yale e agora um estudo randomizado de fase III vai investigar a terapia combinada na expectativa de validar esses resultados iniciais.
No estudo apresentado nesta 50ª ASCO, 94 pacientes com estadio III de melanoma inoperável ou melanoma IV submetidos a até três terapias sistêmicas anteriores receberam tratamento concomitante com ipilimumab e nivolumab . Aproximadamente 53% dos pacientes tinham doença muito avançada e 55% não tinham recebido tratamentos sistêmicos anteriores.
A análise também reportou os dados de um estudo de coorte com longo período de seguimento, que envolveu 53 pacientes para receber a combinação de ipilimumab-nivolumab. Os dados mostram que 22 dos 53 pacientes (41%) com o estadio mais avançado (M1c) da doença responderam ao tratamento, e nove (17%) tiveram remissão completa. A regressão do tumor foi rápida e extensa - 42% dos pacientes tiveram redução do tumor maior do que 80% em 36 semanas, com respostas duradouras em 82% dos pacientes no momento da análise.
As taxas de mediana de sobrevida global em dois anos são de 85% e 79%, respectivamente, e a mediana de sobrevida foi de 39,7 meses. As respostas clínicas foram independentes da mutação BRAF ou do status PD- L1, em todos os níveis de dose.
O estudo do foi apoiado pela Bristol-Myers Squibb.
Referência: http://abstracts.asco.org/144/AbstView_144_126008.html
Pembrolizumab no melanoma avançado
Foram apresentados na ASCO novos dados do estudo fase 1 KEYNOTE-001 (Abstract #LBA9000), que avalia pembrolizumab (MK-3475), um anticorpo monoclonal desenvolvido para bloquear a interação de PD-1 em células T com os seus ligantes, PD-L1 e PD-L2. O agente está sendo pesquisado em mais de 30 tipos de câncer, predominantemente em pulmão e melanoma, em monoterapia e em regimes de combinação.
Os dados apresentados na 50ª ASCO por Antoni Ribas, da Universidade da Califórnia, avaliaram sua eficácia como agente único em 411 pacientes com melanoma avançado. “Esse é provavelmente o maior estudo de fase 1b conduzido até hoje com um anticorpo anti-PD-1 em pacientes de melanoma”, disse Ribas. O desfecho primário do estudo inclui taxa de resposta global (TRG) e segurança; os objetivos secundários incluem a sobrevida livre de progressão (SLP), a sobrevida global (SP) e a duração da resposta.
Após o tratamento com pembrolizumab, a sobrevida global (SG) estimada em um ano foi de 69% em todos os pacientes estudados. Aos 18 meses, a SG estimada foi de 62%. O estudo tem como desfecho primário a taxa de resposta global (TRG) e segurança; os objetivos secundários incluem a sobrevida livre de progressão (SLP), a sobrevida global (SP) e a duração da resposta.
Os dados apresentados na ASCO demonstraram sua eficácia como agente único (monoterapia) em 411 pacientes com melanoma avançado. Após o tratamento com pembrolizumab, a taxa de sobrevida global (SG) estimada em um ano foi de 69% em todos os pacientes estudados, incluindo 74% de pacientes sem tratamento prévio com ipilimumab (terapia padrão atual) e 65% de pacientes que tiveram a doença progressiva durante ou após o uso de ipilimumab. Aos 18 meses, a SG estimada foi de 62%.
O estudo foi financiado pela Merck & Co.
Referência: http://abstracts.asco.org/144/AbstView_144_133842.html