Onconews - PREVAIL confirma benefícios da enzalutamida no CPRCm

ASCO_prostata_1.jpgO New England Journal of Medicine publicou os resultados de Fase III do estudo PREVAIL, apresentado nesta 50º ASCO por Andrew J. Armstrong, do Duke Comprehensive Cancer Center, que confirmam os benefícios da enzalutamida em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm). O PREVAIL é um estudo multicêntrico, randomizado e duplo-cego, que avaliou o uso da enzalutamida no cenário pré-quimioterapia, em pacientes refratários ao bloqueio hormonal ou que apresentaram progressão do tumor após orquiectomia bilateral.

O estudo confirmou que o tratamento com enzalutamida diminui o risco de morte, atrasa a evolução da doença e ainda retarda o tempo para o início da quimioterapia.

Os dados do estudo PREVAIL embasaram o pedido do FDA, que concedeu revisão prioritária na análise da enzalutamida no cenário pré-quimioterapia. A agência europeia também determinou a reavaliação do novo agente no cenário do câncer de próstata metastático resistente à castração. No Brasil, a ANVISA ainda não concluiu o processo de análise para o registro do novo medicamento.

O desenho do estudo

O PREVAIL é um estudo internacional que envolveu mais de 1.700 pacientes nos Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália, Rússia, Israel e Ásia, incluindo Japão. O estudo recrutou pacientes com CPRC metastático sem tratamento prévio de quimioterapia. Como desfecho primário o ensaio clínico considerou a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão radiográfica. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 para receber enzalutamida (n = 872) na dose de 160 mg/dia ou placebo (n = 845).

Os resultados divulgados na apresentação oral de Armstrong e publicados no NEJM mostram benefícios estatisticamente significantes. A enzalutamida reduziu o risco de progressão radiográfica em 81% (HR = 0,19, p < 0,0001), em comparação com placebo. A taxa de sobrevida livre de progressão radiográfica após 12 meses de acompanhamento foi de 65% versus 14% entre os pacientes que receberam placebo. O novo agente também reduziu o risco de morte em 29% (HR = 0,71, p < 0,0001) e permitiu postergar em 17 meses a necessidade de quimioterapia citotóxica. "É um agente que demonstrou benefícios realmente significativos para o paciente resistente à castração", avalia o oncologista Fernando Cotatit Maluf, diretor do Serviço de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes. 

Os eventos adversos mais comuns associados à enzalutamida incluíram fadiga e hipertensão, esta observada em 13,4% dos pacientes. Eventos cardíacos adversos foram relatados em 2,8% dos homens no braço da enzalutamida, contra 2,1% dos doentes tratados com placebo. Neutropenia ocorreu em 15% dos pacientes tratados com enzalutamida (grau 1 a 4) e em 6% no grupo placebo (grau 1 e 2).