As opções terapêuticas para pacientes com cancêr de pulmão pequenas-células (CPPC) químio-resistentes com recidiva são limitadas. O paclitaxel tem demonstrado atividade como agente único no ajuste de segunda linha e a angiogênese parece desempenhar um papel importante na patogênese da doença.
Um estudo multicêntrico de fase II realizado pelo Hellenic Oncology Research Group buscou avaliar a eficácia e tolerância de paclitaxel/bevacizumabe como terapia combinada em doentes químio-resistentes recidivados. Os resultados apresentados na 4ª Conferência Europeia de Câncer de Pulmão demonstram que a combinação de paclitaxel e bevacizumabe é viável e ativa na população de pacientes com pobre prognóstico e que foram intensamente pré-tratados para câncer de pulmão pequenas células avançado químio-resistente.
Os pacientes elegíveis apresentavam perfomance status (PS) ECOG 0 a 2 e experimentaram recaída três meses após a conclusão da quimioterapia de primeira linha. Todos os pacientes foram tratados com paclitaxel (90mg/m2, dias 1, 8 e 15) mais bevacizumabe (10mg por kg de peso corporal, nos dias 1 e 15) em ciclos de 28 dias.
Foram inscritos 30 pacientes (27 homens e 3 mulheres), com idade média de 64 anos. Ao menos duas linhas de tratamento prévio foram aplicadas em 19 pacientes (63,3%), sendo que 17 (56,7%) tinham sido submetidos à radioterapia, e nove pacientes (30%) apresentavam metástases cerebrais no início do estudo.
Os resultados mostraram que a combinação de paclitaxel com bevacizumabe é viável e eficaz nesse grupo de pacientes. A taxa de resposta global objetiva foi de 20% (95% CI: 5,69% -34,31%), incluindo uma remissão completa, enquanto a taxa de controle da doença foi de 36,7%. A duração média de resposta foi de 2,5 meses (variação: 1,5-5,7 meses), e a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 2,7 meses (intervalo: 0,5-9,2 meses). A mediana de sobrevida global ficou em 6,3 meses (intervalo: 0,5-17,9 meses). Toxicidades de graus 3 e 4 foram limitadas à neutropenia, diarreia e fadiga. Houve um caso de embolia pulmonar não fatal.
Segundo Giannis Mountzios, do Departamento de Oncologia Médica do Airforce Geral Hospital em Atenas, Grécia, que apresentou o estudo, os resultados merecem uma avaliação mais aprofundada. Os outros pesquisadores envolvidos no estudo são do Departamento de Oncologia Médica da Escola de Medicina da Universidade de Creta, Grécia.
Referência: Abstract 68p: Paclitaxel plus Bevacizumab in patients with chemoresistant relapsed small cell lung cancer as salvage treatment: A phase II multicenter study of the Hellenic Oncology Research Group.