O cenário da linfadenectomia na recidiva bioquímica do câncer de próstata foi tema do 3º Simpósio Internacional do Grupo Oncoclínicas, em painel coordenado por Marcelo Wroclawski (foto), urologista do Hospital Israelita Albert Einstein. “Cerca de um terço dos pacientes vão evoluir com recorrência bioquímica”, explicou o especialista.
Significa que após o tratamento com intuito curativo, parcela dos pacientes vai apresentar elevação do PSA, seja no pós-operatório para os que realizaram prostatectomia radical, seja para os que realizaram deprivação hormonal e radioterapia.“É a elevação do PSA sem a presença da doença. Parte desses pacientes vai fazer radioterapia da loja prostática, com tratamento de resgate local, ou, eventualmente, realizar hormonioterapia, se houver disseminação metastática”, acrescenta.
Com o advento de novas técnicas de diagnóstico, principalmente o PET colina e o PET PSMA, Wroclawski lembra que é possível diagnosticar doenças oligometastáticas e a presença de linfonodos, e aí planejar o melhor tratamento. "O que tem se mostrado é que o tratamento da metástase linfonodal do câncer de próstata é um novo campo a ser abordado pela uro-oncologia”, avalia.
Os dados disponíveis na literatura ainda precisam ser vistos com cautela, mas já há alguns indícios de quais são os pacientes que vão responder melhor à linfadenectomia. Nesse perfil, enquadram-se aqueles pacientes com PSA ainda baixo (< 4), com poucos linfonodos captando (no máximo 2 linfonodos positivos) e Gleason até 7. “Esses são os principais critérios que levariam a considerar a linfadenectomia, mas é ainda um procedimento que aguarda evidências mais robustas”, conclui.