Aceito para publicação eletrônica na ASCO 2019, estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira mostra que a Avaliação Geriátrica Completa (AGC) pode ser uma ferramenta importante para identificar a fragilidade do paciente idoso, como marcador prognóstico para a população com maior risco de morte nos primeiros meses após o diagnóstico. O estudo tem como primeira autora a oncologista Jurema Telles O. Lima, de Recife (foto).
O trabalho foi desenhado para determinar fatores preditivos de morte precoce (nos primeiros seis meses após o diagnóstico), além de embasar o desenvolvimento e validação de um escore prognóstico para predizer morte precoce no idoso com câncer (até 180 dias).
Nessa coorte prospectiva foram inscritos 889 pacientes com idade ≥ 60 anos que cumpriram os critérios de inclusão do estudo.
Os fatores independentes de risco de morte identificados pela AGC foram: Mini exame de estado mental (MEEM) como variável contínua (HR 1,04 IC95% 1,00-1,07), Escala de depressão geriátrica (GDS-15) ≥ 10 (HR 1, 50 IC95 % 1.10-2.07), Karnofsky Functional Performance Scale (KPS) <50 (HR 1,57 IC95% 1,02-2,42), índice de Katz ≤ 4 (HR 2,58 IC95% 1,68-3,97) e a Avaliação Mininutrition (MAN-SF) <12 ( HR 2,96 IC95% 2,00-4,39).
Assim, o estudo demonstra que a Avaliação Geriátrica Completa é uma ferramenta importante na assistência ao idoso com câncer.” Algumas de suas escalas devem ser incorporadas à prática clínica, pois são marcadores prognósticos simples e significativos que identificam pacientes com maior risco de morte nos primeiros meses”, concluem os autores.
Referências: Abstract e23035: The comprehensive geriatric assessment in malignancies and prognostic factors: Description of a prospective cohort of 889 Brazilian elderly cancer patients. - Jurema Telles O Lima - J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr e23035)