O brasileiro Ramón Andrade de Mello (foto) foi chair de uma sessão educacional apresentada sábado, 2 de junho, na ASCO 2019, que debateu o papel da imuno-oncologia em tumores esofagogástricos (Should Immunotherapy Change the Practice for Esophageal and Gastric Cancer in the Near Future?) O oncologista também é primeiro autor de artigo publicado no Educational Book. “Nossa revisão aborda o uso atual e as evidências de ICIs para o tratamento do câncer EG avançado e implicações para a prática clínica”, descrevem os autores.
Aspectos atuais e futuros da imuno-oncologia no câncer esofagogástrico
Por Ramón Andrade de Mello
O câncer esofagogástrico (EG) tem prognóstico ruim, apesar do uso de terapias padrão, como quimioterapia e agentes biológicos. Recentemente, inibidores de checkpoint imune (ICI) foram introduzidos no tratamento do câncer EG; o uso de nivolumabe e pembrolizumabe foi aprovado nos Estados Unidos e na Europa para tratamento da doença avançada. Outros ICIs, como avelumabe, durvalumabe, ipilimumabe e tremelimumabe foram avaliados em vários estudos, embora seus papéis ainda não estejam estabelecidos na prática clínica.
Além disso, evidências pré-clínicas sugerem que a combinação de um ICI com um anticorpo alvo terapêutico pode resultar em maiores efeitos antitumorais no câncer EG metastático. Ainda não existem biomarcadores preditivos validados para identificar quais pacientes responderão melhor ao tratamento com ICI. A expressão de PD-L1 pode predizer a intensidade da resposta, embora os pacientes com PD-L1 negativo ainda possam responder a ICIs.
Apesar das diferenças na expressão de PD-L1 entre populações asiáticas e não asiáticas, não foram relatadas diferenças geográficas nas taxas de eventos adversos relacionados ao tratamento ou imunomediados / relacionados à infusão. Além disso, vários estudos estão atualmente avaliando combinações de ICIs, quimioterapia padrão e agentes biológicos, bem como novos biomarcadores para melhorar tratamentos e resultados.
Nossa revisão aborda o uso atual e as evidências de ICIs para o tratamento avançado do câncer de EG e as implicações para a prática clínica.
Referência: DOI: 10.1200/EDBK_236699 American Society of Clinical Oncology Educational Book 39 (May 17, 2019) 237-247.