A ESMO 2019 apresentou os resultados da análise interina do ensaio IMpower 110, com dados de sobrevida global do anti PD-L1 atezolizumabe como agente de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).
Inibidores de checkpoint imune (ICI) anti PD-L1 / PD-1 em monoterapia ou combinados com quimioterapia baseada em doublet de platina são opções de primeira linha no câncer de pulmão não pequenas células metastático, sendo a escolha determinada pela expressão de PD-L1. Para pacientes inelegíveis à terapia combinada, a monoterapia com inibidor de checkpoint imune permanece como alternativa.
Neste estudo foram inscritos 572 pacientes com CPNPC estágio IV não expostos à quimioterapia, com expressão de PD-L1 ≥ 1%, doença mensurável por RECIST 1.1 e ECOG PS 0-1. Os pacientes foram randomizados 1: 1 para receber atezolizumabe 1200 mg IV q3w (braço A) ou quimioterapia à base de platina por 4 ou 6 ciclos de 21 dias (braço B).
Os pacientes do braço B com doença não escamosa receberam cisplatina (cis) 75 mg / m2 ou carboplatina (carbo) AUC 6 + pemetrexede 500 mg / m2 IV q3w; os pacientes do braço B com doença escamosa receberam cis 75 mg / m2 + gencitabina (gem) 1250 mg / m2 ou carbo AUC 6 + gem 1000 mg / m2 IV q3w. Os fatores de estratificação foram sexo, ECOG PS, histologia e status de PD-L1. O endpoint primário foi sobrevida global em pacientes do tipo selvagem (WT; EGFR / ALK-negativo) (TC3 ou IC3 e TC2 / 3 ou IC2 / 3 e TC1 / 2/3 ou IC1 / 2/3).
Resultados
As três populações que embasaram a avaliação de eficácia incluíram 554 pacientes TC1/ 2/3 ou IC1/2/3WT; 328 pacientes TC2/3 ou IC2/3WT e 205 pacientes TC3 ou IC3WT. O uso de atezolizumabe em monoterapia aumentou a mediana de sobrevida global em 7,1 meses (HR, 0.595; P=0.0106) na comparação com quimioterapia (TABELA 1). A mediana de follow up foi de 15,7 meses.
A avaliação de segurança compreendeu 286 pacientes no braço A e 263 pacientes no braço B. Eventos adversos grau 3 e 4 ocorreram em 60,5% (braço A); 85,2% (braço B); 12,9% (braço A) e 44,1% (braço B), respectivamente.
Na população TC3 ou IC3WT, a monoterapia com atezolizumabe melhorou a mediana de sobrevida global em 7,1 meses (HR, 0,595; P¼0,0106) vs quimioterapia (Tabela 1). O acompanhamento médio foi de 15,7 meses.
A análise de segurança compreendeu 286 pacientes no braço A e 263 no braço B. Eventos adversos grau 3 e 4 relacionados ao tratamento (TRAEs) ocorreram em 60,5% dos pacientes no braço A; 85,2% braço B) e 12,9% (braço A) e 44,1% (braço B), respectivamente.
Em conclusão, os resultados desta análise interina do estudo IMpower110 mostram que o anti PD-L1 atezolizumabe atingiu o endpoint primário de sobrevida global com benefício clínico e estatisticamente significativo em pacientes TC3 ou IC3WT. O perfil de segurança favoreceu o braço A, sem novos sinais de segurança.
Median OS | ||||||||
Arm A (atezo) | Arm B (chemo) | HRa95% CI | P valuea | |||||
n | Months | n | Months | |||||
TC3 or IC3WT | 107 | 20.2 | 98 | 13.1 | 0.595 (0.398,0.890) | 0.0106 | ||
TC2/3 or IC2/3WT | 166 | 18.2 | 162 | 14.9 | 0.717(0.520,0.989) | 0.0416 | ||
TC1/2/3 or IC1/2/3WT | 277 | 17.5 | 277 | 14.1 | 0.832 (0.649,1.067) | 0.1481b |
Identificação do ensaio clínico: NCT02409342
Referência: LBA 78 – Impower 110: Interim overall survival (OS) analysis of a phase III study of atezolizumab (atezo) vs platinum-based chemotherapy (chemo) as first-line (1L) treatment (tx) in PD-L1–selected NSCLC