WCLC 2019 bxA World Conference on Lung Cancer 2019 (WCLC 2019) reuniu os destaques da conferência anual no aguardado Presidential Symposium, apresentado segunda-feira, 9 de setembro. Entre os highlights da edição deste ano, o National Lung Matrix Trial mostrou os primeiros resultados de estudo guarda-chuva que considera oito terapias-alvo em pacientes com diferentes perfil moleculares. Os ensaios CASPIAN, VIOLET e novos dados do LIBRETTO-001 também foram destaque no WCLC 2019.

Em apresentação de Gary Middleton da Universidade de Birmingham, Reino Unido, o National Lung Matrix Trial é o primeiro estudo umbrella de Fase II a estratificar os pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) para receber uma das oito terapias-alvo selecionadas de acordo com o perfil molecular. Foram considerados dados de sobrevida livre de progressão mediana por mais de três meses ou taxa de resposta objetiva e / ou taxa de benefício clínico durável em 24 semanas ≥ 30%. “É uma abordagem que fornece informações sobre as combinações de medicamentos e biomarcadores com maior potencial para pesquisas adicionais”, disse Middleton.

Os resultados apresentados na WCLC 2019 mostraram que das seis coortes de palbociclibe, a mediana de sobrevida livre de progressão na mutação KRAS foi de 5,4 meses, enquanto na mutação KRAS com perda concomitante de STK11 a SLP foi de 2,71 meses. Em pacientes com CPNPC escamoso com perda de CDKN2A a SLP com palbociclibe foi de 4,46 meses e no tipo não escamoso a SLP foi de 3,19 meses.

Os dados para crizotinibe sugeriram benefício estimado em mais de 99% em pacientes com fusões do gene ROS1 e na mutação MET exon 14, mas taxa de resposta objetiva menor que 1% para pacientes com amplificação de MET. Entre as terapias-alvo avaliadas no National Lung Matrix Trial estão ainda selumetinibe, capivasertib e vistusertib.

Também apontado entre os destaques da WCLC 2019, o ensaio CASPIAN mostrou que a adição do imunoterápico durvalumabe à quimioterapia melhorou a sobrevida global em pacientes com câncer pulmonar extenso. “O tratamento de primeira linha com durvalumabe reduziu o risco de morte em 27% nessa população de pacientes”, disse Luis Paz-Ares, do Hospital Universitário 12 de Octubre, da Universidade Complutense e Ciberonc, em Madri, Espanha. O ensaio CASPIAN avaliou pacientes com câncer de pulmão pequenas células em estágio extenso, definido como o estágio durante o qual o câncer foi metastizado para outras partes do corpo, como fígado ou cérebro.

Os resultados apresentados em Barcelona mostraram que os pacientes tratados com a imunoterapia alcançaram sobrevida global média de 13 meses em comparação com 10,3 meses no grupo controle. “Aos 18 meses, 33,9% dos pacientes que receberam durvalumabe estavam vivos, em comparação com apenas 24,7 no braço de controle”, enfatizou Paz-Ares.

Cirurgia 

A cirurgia torácica videoassistida (VATS, da sigla em inglês) está associada a menores complicações hospitalares e a menor tempo de permanência em comparação com a cirurgia aberta. É o que mostraram os resultados do estudo britânico VIOLET, liderado por Eric Lim, do Royal Brompton Hospital, em Londres.

O estudo randomizou 503 pacientes com câncer de pulmão inicial tratados em nove centros no Reino Unido. A idade média dos pacientes foi de 69 anos, sendo 49,5% homens; 50,5% mulheres. Os pacientes que receberam VATS tiveram redução significativa das complicações hospitalares (32,8%) em comparação com os pacientes que receberam cirurgia aberta (44,3%), mostrou o estudo.

O Presidential Symposium da WCLC 2019 também apresentou novos dados do LIBRETTO-001, ensaio de Fase 1/2  que avaliou o agente experimental LOXO-292 (selpercatinib) em pacientes com câncer de pulmão com alterações no gene RET.

O estudo é liderado por Alexander Drilon, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, e na WCLC 2019 mostrou taxa de resposta de 68% em pacientes com CPNPC previamente tratados com quimioterapia à base de platina, com duração média de resposta de 20,3 meses. A taxa de resposta objetiva intracraniana foi de 91% (n = 10/11) para pacientes com lesões no cérebro no início do estudo. “A taxa de resposta, a duração de resposta e a atividade intracraniana de selpercatinib são promissoras”, destacou Drilon.