Pesquisa realizada pela International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC) revelou que um terço dos especialistas desconhecem as diretrizes baseadas em evidências que apoiam o uso de testes moleculares do câncer de pulmão. Segundo os resultados do estudo apresentado na IASLC 2019 World Conference on Lung Cancer (WCLC 2019), 61% dos entrevistados consideram que as taxas de testes moleculares em seu país são inferiores a 50%, sendo as taxas mais baixas na América Latina.
Os padrões atuais baseados em evidências para testes moleculares de câncer de pulmão estão estabelecidos, mas não se conhece a frequência e prática dos testes em diferentes regiões do mundo. Para avaliar as práticas atuais e as barreiras aos testes moleculares, a IASLC desenvolveu uma introdução de sete perguntas, com 32 perguntas para médicos que solicitam exames e tratam pacientes, 45 perguntas sobre a realização/interpretação de exames e 24 perguntas sobre aquisição de tecidos. Todos os entrevistados informaram três a cinco barreiras que impedem a capacidade de seu país de oferecer testes moleculares.
Houve 2537 respostas à pesquisa, representando mais de quatro especialidades em 102 países. Mais de seis dos 10 entrevistados (61%) relatam que as taxas de testes moleculares são inferiores a 50% em seu país, com as taxas mais baixas relatadas na América Latina. Quase quatro em cada 10 pesquisados (39%) não estavam satisfeitos com as condições dos testes moleculares em seu país, citando preocupações com o tempo necessário para receber resultados, a confiabilidade das amostras e problemas na compreensão dos resultados.
O survey demonstrou que 67% dos respondentes conheciam os guidelines mais recentes da CAP/IASLC/AMP; 75% relataram participar de tumor boards multidisciplinares, mas 23% disseram que as reuniões acontecem menos de uma vez por mês. O trabalho também revelou que 47% dos entrevistados afirmaram que não há política ou estratégia para melhorar a qualidade das amostras de tecido em seu país.
A barreira mais frequente à realização de testes moleculares foi o custo, seguido pela qualidade/padrões, tempo de resposta, acesso e conscientização.
"Essas análises preliminares mostram que o uso de testes moleculares varia em todo o mundo. As barreiras variam de acordo com a região, e este relatório ressalta a necessidade de estratégias globais e regionais para lidar com essas dificuldades", afirmou Matthew Smeltzer, da Universidade de Memphis, Tennessee.