Onconews - JAVELIN Bladder 100 mostra ganho de sobrevida no câncer urotelial

bexiga 2020Indicado como o primeiro Late Breaking Abstract do ASCO 2020, o estudo JAVELIN Bladder 100 mostrou o maior benefício de sobrevida observado até o momento no câncer urotelial avançado. “Quando usado como terapia de manutenção na doença irressecável, avelumabe estendeu significativamente o tempo até a recorrência ”, disse o presidente da ASCO, Howard A. Burris III, sobre os resultados deste ensaio de Fase III que comparou  avelumabe com os melhores cuidados de suporte após quimioterapia, mostrando aumento significativo na sobrevida global, com  21.4 meses versus 14.3 meses (LBA 1).

Em apresentação de Thomas Powles, do Barts Cancer Institute, este estudo relata os primeiros dados demonstrando a eficácia do tratamento de manutenção com avelumabe após quimioterapia inicial em pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático.

Foram elegíveis pacientes com câncer urotelial irressecável, com doença localmente avançada ou metastática, sem progressão da doença após 4-6 ciclos de gemcitabina com cisplatina ou carboplatina. Os pacientes foram randomizados 1: 1 para receber terapia de manutenção com avelumabe (10 mg / kg IV a cada 2 semanas)  associada aos melhores cuidados de suporte (BSC) ou BSC isoladamente, estratificados pela melhor resposta à quimioterapia de primeira linha (resposta completa / parcial vs doença estável) e pela presença ou não de doença visceral no início da quimioterapia.

O endpoint primário foi sobrevida global (SG), avaliada em 2 populações: em todos os pacientes randomizados e em pacientes com tumores PD-L1 + (Ventana Ensaio SP263). Endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP), resposta objetiva e dados de segurança.

Resultados

700 pacientes foram randomizados para tratamento de manutenção com avelumabe + BSC (N = 350) ou BSC isoladamente (N = 350), acompanhados por uma mediana de 19,6 e 19,2 meses, respectivamente.

No geral, 358 (51%) pacientes tinham tumores PD-L1+. Avelumabe + BSC prolongou significativamente a sobrevida global em todos os pacientes randomizados ([HR] 0,69; IC95% 0,56, 0,86; p unilateral = 0,0005); 21,4 vs 14,3 meses, respectivamente. Os resultados suportam o uso de avelumabe como tratamento de manutenção após quimioterapia, com ganho mediano de sobrevida global de 7,1 meses em relação aos melhores cuidados de suporte.

Em pacientes com tumores PD-L1 +, avelumabe também mostrou ganho de SG (HR 0,56; IC95% 0,40, 0,79; p unilateral p = 0,0003); a SG mediana não foi atingida versus 17,1 meses no grupo que recebeu exclusivamente BSC.

O benefício do SG foi observado em todos os subgrupos pré-especificados (HR= 0,62; (IC 95% 0,52, 0,75) em todos os pacientes randomizados e em pacientes com tumores PDL1 + (HR=0,56; (IC 95% 0,43, 0,73).

Em relação ao perfil de segurança, eventos adversos de qualquer grau foram relatados em 98% dos pacientes do braço tratado com avelumabe + BSC e em 77,7% dos pacientes que receberam BSC. Eventos adversos de grau ≥3 ocorreram em 47,4% vs 25,2%, respectivamente. Os EAs mais frequentes de grau ≥3 EAs foram infecção no trato urinário (4,4% vs 2,6%), anemia (3,8% vs 2,9%), hematúria (1,7% vs 1,4%), fadiga (1,7% vs 0,6%) e dor nas costas (1,2% vs 2,3%).

“O JAVELIN Bladder 100 alcançou seu objetivo principal, demonstrando sobrevida global prolongada com avelumabe como manutenção de primeira linha em pacientes com carcinoma urotelial avançado. Os benefícios foram observados em todos os pacientes e naqueles com tumores PD-L1 +. A eficácia de avelumabe foi vista em todos os subgrupos pré-especificados e o perfil de segurança foi consistente com o reportado em estudos de monoterapia”, concluíram os autores.

Informações sobre este ensaio clínico: (ClinicalTrials.gov): NCT02603432.

Referência: LBA1: Maintenance avelumab + best supportive care (BSC) versus BSC alone after platinumbased first-line (1L) chemotherapy in advanced urothelial carcinoma (UC): JAVELIN Bladder 100 phase III interim analysis.