Análise post hoc de estudo de Fase 3 (VISION) apresentada em sessão oral no ASCO 2022 mostrou dados da eficácia clínica de [177Lu] Lu-PSMA-617 no câncer de próstata metastático resistente à castração PSMA-positivo. O oncologista José Mauricio Mota, chefe do Grupo de Tumores Geniturinários da Oncologia Clínica do ICESP/FMUSP e oncologista titular da Oncologia D’Or, comenta os resultados.
Dados já conhecidos mostram que a terapia com radioligante (177Lu) Lu-PSMA-617 prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão radiográfica (rPFS) e a sobrevida global (OS) quando adicionada ao tratamento padrão (SoC) em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração avançado com PSMA positivo. Os benefícios foram consistentes na maioria dos subgrupos pré-especificados. Nesta análise post hoc apresentada no ASCO 2022 resultados de eficácia clínica (rPFS e OS) foram avaliados de acordo com o contexto de tratamento (prévio e concomitante).
Foram elegíveis pacientes previamente tratados com pelo menos 1 inibidor da via do receptor androgênico (ARPI) e que receberam até dois regimes de taxano, randomizados 2:1 para 177Lu-PSMA-617 (7,4 GBq Q6W, até 6 ciclos) + SoC ou SoC sozinho. O SoC permitido pelo protocolo excluiu quimioterapia citotóxica, radioisótopos sistêmicos, imunoterapia ou outros medicamentos experimentais.
Análises de subgrupos de rPFS e OS foram realizadas considerando número de ARPIs anteriores, regimes de taxanos, regimes não-taxanos e imunoterapias, assim como o tratamento prévio com agentes poupadores de osso, inibidores de PARP ou tratamento concomitante com ARPIs, radio-223 e agentes poupadores de osso.
Os principais resultados estão resumidos na tabela abaixo. O benefício de rPFS e OS com 177Lu-PSMA-617 foi consistente em todos os subgrupos. Os autores destacam que o benefício foi maior em pacientes que não receberam um segundo taxano anteriormente. Também houve benefícios consistentes, independentemente da terapia sistêmica e de radio-223 concomitante como parte do SoC.
A eficácia clínica foi observada independentemente do tratamento anterior ou padrão de tratamento escolhido, sugerindo que a biologia da doença, em vez do contexto de tratamento prévio e concomitante, determina os resultados.
“Essa subanálise demonstra confirma os dados previamente obtidos no estudo Fase 3 VISION e mostram que o benefício do uso de LuPSMA acontece indepedente dos tratamentos concomitantes ou anteriormente administrados”, conclui Mota.
Informações sobre este ensaio clínico: NCT03511664.
rPFS | OS | |||||
% of patients in subgroup | HR (95% CI) | % of patients in subgroup | HR (95% CI) | |||
177Lu-PSMA-617 + SoC (N = 385) | SoC alone | 177Lu-PSMA-617 + SoC (N = 551) | SoC alone | |||
Prior | ||||||
ARPI |
|
|
|
|
|
|
Taxane |
|
|
|
|
|
|
223Ra |
|
|
|
|
|
|
Concurrent | ||||||
ARPI |
|
|
|
|
|
|
Bone-sparing |
|
|
|
|
|
|
All patients | 0.40 | 0.62 |
Referências: [177Lu] Lu-PSMA-617 in PSMA-positive metastatic castration-resistant prostate cancer: Prior and concomitant treatment subgroup analyses of the VISION trial.
Nitin Vaishampayan, MD, Wayne State University School of Medicine
Abstract 5001