Estudo de fase II, multicêntrico, randomizado, avaliou a eficácia de fulvestranto ou exemestano +/- ribociclibe em pacientes com câncer de mama metastático HR+HER2- que progrediram a qualquer inibidor de ciclinas (CDK 4/6i) + qualquer terapia endócrina (TE). Os resultados foram apresentados no ASCO 2022 em sessão oral (Abstract # LBA1004). "O estudo trouxe dados muito importantes para esse perfil de pacientes. A resposta em sobrevida livre de progressão foi expressiva no subgrupo ESR1 WT com hazard ratio de 0.30. O estudo confirma o quão complexo é o mecanismo de resistência endócrina e dá embasamento para futuros trials nessa população", avalia o oncologista Fabio Franke (foto), diretor do Oncosite Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia.
O uso de inibidores de ciclinas 4 e 6 (CDK 4/6i) demonstrou benefício de sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de mama metastático HR+, HER2- quando combinado com terapia endócrina (TE). Embora os dados observacionais demonstrem benefício potencial da continuação do CDK 4/6i e da troca de TE na progressão, nenhum estudo prospectivo avaliou essa abordagem.
Neste estudo de Fase II, duplo-cego, controlado por placebo, de iniciativa do investigador, homens ou mulheres com câncer de mama metastático HR+/HER2- que progrediram durante o tratamento com CDK 4/6i e TE foram randomizados 1:1 para fulvestranto ou exemestano +/- ribociclibe.
Pacientes tratados com fulvestranto prévio receberam exemestano como terapia endócrina na randomização; para aqueles previamente tratados com exemestano ou fulvestranto como TE, o uso de fulvestranto ou exemestano foi a critério do investigador, embora o fulvestranto tenha sido incentivado. O principal endpoint foi sobrevida livre de progressão (SLP), definido como o tempo desde a randomização até a progressão da doença ou morte.
Resultados
Dos 120 pacientes avaliáveis randomizados, 1 foi excluído por não tomar TE junto com ribociclibe/placebo. A população do estudo, exceto 1 paciente, era predominantemente do sexo feminino, com idade mediana de 57,0 anos, 74% brancos e 17,6% hispânicos. Como TE, 99 pacientes receberam fulvestranto (83%) e 20 pacientes exemestano (17%). Em termos de CDK 4/6i anterior, os autores descrevem que 100 pacientes receberam previamente palbociclibe (84%), 13 ribociclibe (11%), 2 abemaciclibe (2%) e 4 palbociclibe e outro CDK 4/6i (3%).
Os resultados mostram que houve melhora estatisticamente significativa da SLP para pacientes randomizados para fulvestranto ou exemestano + ribociclibe [mediana: 5,33 meses, IC 95% 3,25–8,12 meses] vs. placebo (mediana: 2,76 meses, IC 95%: 2,66– 3,25 meses): Razão de risco (HR) = 0,56 (IC 95%: 0,37-0,83), p = 0,004. Resultados semelhantes foram observados no subgrupo de pacientes tratados com fulvestranto, com SLP mediana para aqueles randomizados para ribociclibe (5,29 meses) vs. placebo (2,76 meses), HR = 0,59 (IC 95%: 0,38-0,91), p = 0,02. Aos 6 meses, 42% estavam livres de progressão no braço de ribociclibe versus 24% no braço placebo. Aos 12 meses, 25% estavam livres de progressão no braço de ribociclibe versus 7% no grupo placebo.
“Neste estudo randomizado, controlado por placebo, houve benefício significativo de SLP para pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2- que trocaram a terapia endócrina e receberam ribociclibe após progressão a CDK 4/6i”, destacam os autores.
Referência: A randomized, phase II trial of fulvestrant or exemestane with or without ribociclib after progression on anti-estrogen therapy plus cyclin-dependent kinase 4/6 inhibition (CDK 4/6i) in patients (pts) with unresectable or hormone receptor–positive (HR+), HER2-negative metastatic breast cancer (MBC): MAINTAIN trial.
Abstract # LBA1004
Oral Presentation
Saturday, June 4, 1:15 PM – 4:15 PM CDT