Onconews - Tumores neuroendócrinos do apêndice

lia assumpcaoLia Roque Assumpção (foto), professora adjunta de cirurgia geral do Departamento de Cirurgia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é co-autora de estudo selecionado para apresentação em poster no ASCO GI`23, em análise que discute as características patológicas associadas à doença linfonodal em pacientes com tumores neuroendócrinos do apêndice. O trabalho tem como primeiro-autor o pesquisador Salvador Rodriguez Franco, da Universidade do Colorado, EUA.

Os tumores neuroendócrinos do apêndice (ANETs) são bem conhecidos por sua progressão benigna e lenta, mas a presença de metástases linfonodais tem sido descrita em até 50% dos casos. O risco de metástase está associado principalmente ao tamanho do tumor e o papel de outras características patológicas permanece obscuro. Assim, este estudo foi desenhado para avaliar quais características patológicas dos ANETs estão associadas a um risco aumentado de metástase linfonodal.

Nesta análise, foram considerados pacientes com ANETs ≥ 18 anos inscritos no National Cancer Database (NCDB) de 2004 a 2017. Os grupos foram definidos com base no estado dos linfonodos como N(-) (todos os linfonodos examinados foram negativos) e N(+) (um ou mais nódulos examinados foram positivos). Modelos multivariados usando características demográficas e oncológicas foram usados ​​para identificar fatores independentemente associados a metástase nodal (N+). Efeitos marginais, especificamente para tumores <2 cm, também foram calculados.

Um total de 2.465 casos foram identificados e incluídos para análise de dados. Desses, 23% tinham metástases linfonodais, incluindo 33 de 979 tumores <1 cm (3,4%) e 145 de 696 tumores ≥1 cm, mas ≤2 cm (20,8%). O tamanho do tumor, a profundidade da invasão tumoral e a presença de invasão linfovascular (LVI) foram identificados como preditores independentes de metástase linfonodal (p < 0,001). Ao avaliar os efeitos marginais, os autores descrevem que tanto a profundidade da invasão tumoral quanto a presença de LVI foram associadas a risco aumentado de metástase linfonodal em tumores pequenos (<2 cm), comparável ao risco de metástase linfonodal em tumores grandes (≥2 cm).Além disso, para pequenos ANETs (<2cm), as taxas de verdadeiro positivo (TPR) de metástases linfonodais variaram de acordo com o número de linfonodos avaliados, diferindo significativamente entre pacientes com pelo menos 12 linfonodos avaliados vs. aqueles com menos de 12 (TPR 4,7% vs. 1,6% para <1 cm [p = 0,02] e 40,1% vs. 25,7% em ≤2 cm ANETs, ​​[p <0,001]).

“Nos ANETs, ​​ características patológicas de alto risco, incluindo LVI e profundidade do tumor, aumentam o risco de metástases linfonodais, além do tamanho do tumor, e devem ser consideradas ao selecionar o melhor manejo e acompanhamento desses pacientes”, concluem os autores.

Marginal analysis: Percentage of N1 occurrence based on other findings.

Age

Tumor size

No RF

Positive LVI

Depth Extension

LVI+ and tumor depth

≤50 years

<1 cm

2.32
[1.12-3.44]

9.19
[4.63-13.75]

4.89
[2.74-7.04]

17.96
[10.41-25.50]

 

1 to <2 cm

11.20
[7.10-15.35]

34.91
[24.51-43.32]

21.44
[16.13-26.75]

53.67
[44.59-62.74]

>50 years

<1 cm

1.53
[0.08-2.27]

6.22
[7.49-15.93]

3.26
[1.82-4.70]

12.55
[6.98-1.81]

 

1 to <2 cm

7.64
[4.60-10.68]

26.04
[16.93-35.14]

15.19
[10.95-19.42]

43.19
[33.95-52.44]

LVI = lymphovascular extension; RF = risk features.
Values are presented as percentages and 95% confidence intervals.

 

Referências: Pathological features associated with lymph node disease in patients with appendiceal neuroendocrine tumors
Meeting: 2023 ASCO GI Cancers Symposium
Session Type: Poster Session
Session Title: Poster Session C: Cancers of the Colon, Rectum, and Anus
Track: Colorectal Cancer,Anal Cancer
Sub Track: Tumor Biology, Biomarkers, and Pathology
Abstract: #238